(São Paulo) Acusados de participação em esquema de desvio de dinheiro dos cofres do BRB (Banco de Brasília) disseram em depoimentos que parte do problema se repetiu na Nossa Caixa, o banco oficial do Estado de São Paulo. A informação está em reportagem da Folha de S.Paulo desta segunda-feira, 23 de julho.
No dia 14 de junho, a Operação Aquarela, do Ministério Público com a Polícia Federal, desvendou a existência de um esquema de desvio de verbas públicas do banco do Distrito Federal que talvez pudesse ter relação com a Nossa Caixa. A falcatrua envolve o BRB, a ONG Caminhar e o presidente do conselho de administração da Gol Linhas Aéreas, Nenê Constantino. As empresas envolvidas têm contratos com a Nossa Caixa.
Segundo a reportagem desta segunda, dos 20 acusados de integrar o esquema, cinco confirmaram nos depoimentos que a ONG Caminhar, apontada como pivô da fraude, recebeu cerca de R$ 8 milhões nos últimos dois anos para realizar pesquisas de satisfação do serviço de auto-atendimento dos clientes do BRB e da Nossa Caixa. Três dos acusados disseram que as pesquisas eram todas forjadas.
“O Sindicato vai continuar acompanhando as investigações e cobrando da Justiça uma decisão. Caso as denuncias sejam confirmadas, o dinheiro precisa voltar para os cofres da Nossa Caixa”, argumenta Raquel Kacelnikas, diretora do Sindicato de SP e funcionária do banco.
CPI
Em agosto de 2006, em um dos depoimentos à Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp), o ex-gerente de departamento de marketing da Nossa Caixa, Jaime Castro, fez denúncia sobre desvio de verba de publicidade no banco. À época, a direção do banco responsabilizou Castro pela continuação da prestação de serviço de publicidade sem contrato, no valor de R$ 42 milhões.
O presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Vaz de Lima (PSDB), arquivou a investigação da Nossa Caixa na sessão do dia 11 de julho. Na data, manifestantes da CUT estiveram na Alesp e distribuíram 15 pizzas durante o fechamento do semestre legislativo.
Fonte: Gisele Coutinho – Seeb SP, com informações da Folha de S.Paulo