No último dia 6 de agosto, o presidente do HSBC no Brasil, Shaun Wallis, escreveu mensagem em seu blog em que colocava no mesmo patamar assaltos, seqüestros de funcionários e ação sindical.
“Infelizmente tivemos uma onda de ataques violentos, assaltos e seqüestros de funcionários, além de ações turbulentas de grevistas”, escreveu o executivo. “Vamos manter o pensamento em nossos colaboradores e clientes afetados por esses terríveis, e algumas vezes traumáticos, incidentes. Algumas vezes esquecemos os problemas enfrentados por nossos caros colegas que trabalham na linha de frente com os clientes”, completou.
“O texto de Wallis mostra sua falta de apreço pela democracia e pelos direitos dos trabalhadores”, avalia Sérgio Siqueira, diretor executivo da Contraf/CUT e funcionário do banco. “Traumáticos para os trabalhadores não são as ‘ações turbulentas de grevistas’, mas atos ilegais e absurdos do banco, como as demissões de lesionados, que acontecem com freqüência”, concorda Marco Aurélio Vargas Cruz, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e funcionário do HSBC.
“Mas numa coisa ele quase disse a verdade: não tenho dúvida de que ele nunca se lembra dos trabalhadores da linha de frente. De outra forma, já teria contratado mais bancários para diminuir a enorme sobrecarga de trabalho, que está levando os bancários a adoecerem ou pedirem demissão do banco”, sustenta Sérgio.