O presidente do Banrisul, Fernando Lemos, concedeu no final da manhã desta quarta-feira, dia 28, audiência solicitada pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários) para esclarecer as denúncias envolvendo os contratos firmados entre o banco e a Fundação de Apoio da Universidade Federal do RS (Faurgs).
A reunião ocorreu no 4º andar do edifício-sede do Banrisul, no centro de Porto Alegre. Estiveram presentes o presidente do Sindicato, Juberlei Baes Bacelo, o secretário-geral, Fabio Soares Alves, o diretor de Saúde e Condições de Trabalho, Antonio Carlos Pirotti, o diretor de Comunicação, Ademir Wiederkher, e o diretor da Federação dos Bancários do RS, Amaro Silva de Souza.
Os contratos com a Faurgs pautaram o encontro. Mesmo sem apresentar documentos, Lemos negou as irregularidades apontadas pelo vice-governador Paulo Feijó. Justificou a decisão de contratar a fundação em razão da necessidade de modernizar o banco na área de tecnologia de informação, visando à competitividade no mercado. A Fundação, por sua vez, terceiriza os serviços, de acordo com a demanda, disponibilizando diversas assessorias. Disse que a área de tecnologia do Banrisul estava sucateada. “O banco ganhou em qualidade de trabalho com os serviços prestados pela Faurgs. Hoje estamos acima do Itaú na questão tecnológica”,anunciou.
Com relação ao consultor Lauro Tachibana, informou que sua equipe foi contratada pela fundação, garantindo que ele não tem qualquer influência nas decisões administrativas do banco. “Ele executa o que a gente manda fazer”, assegurou Lemos.
Os dirigentes sindicais destacaram que as seguidas denúncias feitas pelo vice-governador estão prejudicado a imagem e a credibilidade do banco. “Feijó, enquanto integrante do governo, não devia fazer acusações sem apresentar provas”, disse Juberlei.
Lemos explicou que a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), proposto pelo Ministério Público (MP) para substituir contratos firmados com a Faurgs por novos convênios mediante licitação, requer novos procedimentos, como a realização de concurso público para analistas de sistemas. Os sindicalistas sugeriram a criação de uma comissão para discutir o enquadramento dos funcionários da ex-Banrisul Processamento de Dados (BPD).
O SindBancários ouviu os esclarecimentos de Lemos e reiterou a necessidade de valorizar o quadro profissional do Barisul, evitando a crescente processo de terceirização. Além disso, reforçou o fortalecimento do Banrisul como banco público. “O banco é do povo gaúcho e não pode ser atacado irresponsavelmente. A exposição negativa serve somente aos interesses de quem defende a privatização da instituição”, argumentou Fabio.