A presidente Dilma Rousseff voltou na terça-feira (12) a cobrar dos bancos a redução das taxas de juros nos empréstimos a clientes. Nos últimos meses, a presidente vem liderando uma cruzada pelo repasse da queda da taxa básica aos empréstimos nos bancos de varejo, a fim de estimular o crescimento da economia. Dilma também defendeu as medidas de incentivo ao consumo adotadas pelo governo.
– Reduzir o custo capital do país é reduzir juros. Não se faz isso por decreto, e sim perguntando: qual é a nossa diferença que explica tecnicamente juros que não se compadecem com a qualidade da nossa situação econômica? – afirmou, acrescentando que o país tem a “inflação e finanças públicas sob controle”, em solenidade para anunciar investimentos em infraestrutura viária em Belo Horizonte.
Para Dilma, a expansão dos gastos dos brasileiros é uma “característica intrínseca do nosso modelo”, já que houve uma elevação da renda. Segundo a presidente, ainda há um consumo extremamente reprimido nas classes populares do país.
– É uma visão absolutamente equivocada achar que quem tem uma melhoria de renda não quer comprar uma televisão, uma geladeira, um forno de micro-ondas, uma máquina de lavar. Isso não tem nenhum problema. O Brasil comporta isso.
Sobre a crise mundial, Dilma criticou o resgate de 100 bilhões de euros aos bancos da Espanha. Ela lembrou que, no fim do ano passado, foi injetado 1 trilhão de euros em países da Europa e que isso “não resultou numa reciclagem da dívida”.