Adotando uma política focada na tirania, a Superintendência Regional do Santander em Londrina parece desconhecer que a CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) da categoria bancária e a Convenção 155 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) vedam o assédio moral no ambiente de trabalho. Toda semana, as Secretarias de Saúde e Jurídica do Sindicato de Londrina recebem denúncias de cobranças abusivas e assédio moral praticada pela Superintendência do banco. São funcionários e funcionárias que estão adoecendo em decorrência da forma como estão sendo tratados nos locais de trabalho.
Não bastasse isso, agora a Superintendência quer transferir para os funcionários os riscos do negócio do banco, jogando para eles a responsabilidade da inadimplência que as empresas causam para a instituição financeira. Foi o que aconteceu com um gerente de conta pessoa jurídica, que está sendo penalizado pela inadimplência de uma empresa, embora a concessão dos créditos e abertura das contas tenham sido feitos conforme os manuais do banco.
Transferindo a responsabilidade
O que a Superintendência Regional do Santander não revela é que sua equipe participa e concede os créditos em conjunto com seus gerentes (chamados Comitês de Crédito Regional) e que, portanto, também são responsáveis por essas operações. Ou o Banco se esqueceu de que os funcionários não possuem alçada para aprovar crédito ou a abertura de contas, sem a anuência das outras assinaturas superiores? Agindo assim, a Superintendência faz perseguição e está transferindo responsabilidades!
O lucro do Santander no primeiro trimestre deste ano no Brasil atingiu R$ 2,859 bilhões, com alta de 25,4%, mas, mesmo assim, o banco espanhol quer impor para os bancários e bancárias o risco do negócio. Acreditamos que esta não deve e não pode ser a postura do banco em relação aos seus negócios no Brasil, sob pena de não estar respeitando o Brasil e os trabalhadores brasileiros.
Pode até ser uma postura pessoal da Superintendência Regional, que se acha acima das leis e que também parece desconhecer as boas condutas de respeito aos trabalhadores. Mas por não concordar com esse tipo de conduta o Sindicato de Londrina vai tomar medidas jurídicas para fazer valer a CCT com o objetivo de restabelecer um ambiente de trabalho saudável para os funcionários e funcionárias do Santander, cumprindo com seu papel de combater as práticas abusivas como essas que estão ocorrendo em Londrina.