Valor Econômico
Por Gabrielle Moreira, com Dow Jones Newswires
LISBOA – O governo de Portugal anunciou nesta segunda-feira que vai injetar até 6,65 bilhões de euros em três dos maiores bancos do país, em uma tentativa de fortalecer o setor, que enfrenta perdas crescentes com crédito.
Em documento, o Ministério de Finanças português disse que injetará 1,65 bilhão de euros na estatal Caixa Geral de Depósitos, até 3,5 bilhões de euros no Banco Comercial Português (BCP) e 1,5 bilhão de euros no Banco BPI.
O grosso desses recursos, cerca de 5 bilhões de euros, virá da linha de recapitalização do setor bancário português, ou BSSF, um mecanismo de socorro lançado como parte do pacote de ajuda de 78 bilhões de euros concedido ao país.
O BCP depois planeja levantar 500 milhões de euros por meio de um aumento de capital, enquanto o BPI pretende angariar 200 milhões de euros. Os recursos obtidos com essas operações serão usados para pagar a ajuda estatal.
Troica libera mais 4,1 bi de euros
O programa de ajuste em Portugal continua em andamento, com as autoridades do país implementando as reformas planejadas e os ajustes externos progredindo mais rápido que o planejado, segundo avaliação da Troica – grupo formado por representantes do Banco Central Europeu (BCE), Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI).
“De um modo geral, a avaliação confirma que o programa esta apresentando um bom progresso com a ajuda externa”, diz o documento divulgado nesta segunda-feira. Como resultado da revisão, serão liberados mais 4,1 bilhões de euros do pacote de ajuda, o que deve acontece em julho. A próxima avaliação no país está prevista para o mês de setembro.
A Troica ressalva que ainda existem desafios a serem superados, como a crescente taxa de desemprego e a necessidade de combinar o processo de consolidação fiscal com a redução do endividamento das empresas do setor privado.
O grupo diz que o Produto Interno Bruto (PIB) do país pode superar as expectativas em 2012, uma vez que as exportações estão mais fortes do que o estimado anteriormente, compensando a fraca demanda interna.
A previsão da Troica é que a economia portuguesa apresente contração de 3%, ante a queda de 3,25% projetada anteriormente. Para 2013, espera-se expansão do PIB, embora de forma modesta. No entanto, devido à fraca demanda interna e as pressões sobre as empresas locais para reduzir o nível de endividamento, a taxa de desemprego do país teve uma forte alta e pode chegar perto de 16% em 2013.