A área de segurança bancária vai ganhar duas importantes ferramentas nos próximos meses. O secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública, Dagoberto Albernaz Garcia, defende a criação de uma central de monitoramento conjunta por câmeras das principais agências e também a formação de um serviço de inteligência, que ficaria responsável em unir todas as informações necessárias para garantir a segurança do setor. As propostas contemplam algumas das principais preocupações do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), que também teve a garantia de que o patrulhamento da Brigada Militar continuará intenso nos dias de maior movimento nos bancos.
As propostas foram apresentadas durante a reunião do Grupo de Trabalho de Segurança Bancária, que aconteceu na manhã desta quinta-feira, dia 24, e teve participação do SindBancários, Federação dos Bancários do RS, Sindi-Vigilantes do Sul, Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Federal e Associação dos Bancos no RS. No próximo encontro, marcado para dia 6 de março, serão formatadas as novas estruturas.
Para os bancos, o Sindicato reforçou o pedido de blindagem dos vidros, projeto de lei que já foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre e que espera pela sanção do prefeito. “Já que os bancos alegam que a colocação de grades estragaria o design das agências, então que invistam em vidros à prova de balas. Dinheiro para isso não falta”, critica o presidente em exercício do SindBancários, Fábio Soares Alves. Outra reivindicação é de colocação da porta giratória na entrada do auto-atendimento.
As reivindicações tiveram o aval do major Ronie Coimbra, do Comando de Policiamento da Capital. “Qualquer mecanismo que nos ajude a evitar os crimes é muito positivo”, disse. Segundo ele, no ano passado foram registrados oito assaltos a bancos por meio da quebra dos vidros e nove nas salas de auto-atendimento. O major também garantiu a continuidade da Operação Cadeado e sugere que haja uma integração maior entre bancários e a polícia. “Qualquer suspeita deve ser comunicada para que se evite o assalto”, exemplifica.
Os dados apurados pelo Sindicato mostram que o monitoramento tem surtido efeito. Em dezembro de 2007, por exemplo, o número de ocorrências caiu consideravelmente na comparação com o mesmo período do ano anterior: foram oito ataques a bancos no mês passado contra 21 apurados em dezembro de 2006. “O trabalho preventivo é fundamental para inibir o ataque de quadrilhas”, defende o diretor do SindBancários, Ademir Wiederkehr.
A Polícia Federal também está envolvida no processo e verificará qual a possibilidade de uniformizar o treinamento das escolas que formam vigilantes, de forma a garantir mais qualificação do pessoal. O Sindi-Vigilantes entende que seria necessário que as empresas realizassem cursos específicos na área de segurança bancária.
A falta de vigilantes é outro ponto que preocupa o SindBancários. A lei determina que as agências tenham dois profissionais da área, mas muitas descumprem a determinação. “Esse é um problema grave”, adverte Wiederkehr. O secretário-adjunto concorda com a preocupação e pede aos bancos que adotem este procedimento. “Uma dupla é sempre mais forte do que uma única pessoa”, assegura. Garcia disse que sempre que possível adota este critério no policiamento, mas que a situação é mais difícil, pois há um déficit de 12 mil brigadianos e de cinco mil policiais civis, problema que, segundo ele, terá que ser encarado de frente.