Imagine ser vigiado e controlado o tempo todo. Imagine, a cada momento, ser monitorado e pressionado para bater metas como se não fosse capaz e responsável para cumprir suas tarefas no trabalho. E ter ainda o tempo controlado para ir ao banheiro e beber água, já imaginou? Essa é a realidade imposta a alguns bancários do Centro Administrativo do HSBC (Casp), em São Paulo.
Parece absurdo, mas isso se tornou prática comum em diversos bancos, que querem controlar seus trabalhadores por meio da pressão e do assédio durante toda a rotina de trabalho. No caso do HSBC, de acordo com diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Paulo Sobrinho, trata-se de um programa instalado nos computadores dos funcionários que monitora a produtividade.
Três setores, segundo ele, estão insatisfeitos com a forma de cobrança e avaliação: o Secom, setor de compensação; o RMO, que cuida do fluxo das agências; e o TSU, responsável pela abertura e manutenção de conta corrente.
“Quando esses bancários precisam ir ao banheiro, por exemplo, são obrigados a interromper o sistema para que seja monitorado o tempo que gastam”, conta o dirigente sindical ao acrescentar que a cada saída é preciso justificar o motivo.
“É uma prática abusiva do banco. Os trabalhadores se sentem cada vez mais acuados, o que também prejudica a saúde de muitos bancários, preocupados em bater metas e incomodados por serem perseguidos”, critica Paulo Sobrinho, ressaltando que o Sindicato irá acompanhar o caso desses bancários para que o abuso não permaneça nos setores.