Ao mesmo tempo em que demite funcionários em massa e incentiva milhares a saírem em troca de uma modesta indenização, como fez no mês de agosto com o Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE), o Bradesco se dá ao luxo de manter agências em pequenos municípios com apenas um bancário.
Os clientes de Curiúva, município localizado na base do Sindicato de Arapoti, com cerca de 15 mil habitantes, são exemplos desse descaso do banco com as populações carentes e de menor poder aquisitivo.
Hércules Bíglia Júnior, diretor do Sindicato dos Bancários de Arapoti, afirma que o único bancário do Bradesco na cidade tem que dar conta de todo serviço, o que envolve abertura de contas, recebimentos, pagamentos, empréstimos, financiamentos, poupança etc. “A situação da agência do Bradesco em Curiúva é pra lá de precária. Não tem condições mínimas de trabalho e muito menos de oferecer um atendimento de qualidade, porque é humanamente impossível uma pessoa fazer tudo sozinha”, criticou.
Em função disso, o banco fecha na hora do almoço para que o funcionário faça sua refeição. Neste período, aposentados, clientes e usuários formam uma longa fila na calçada à espera do atendimento. E pensar que no primeiro semestre deste ano o banco obteve lucro líquido de R$ 9,4 bilhões e só com o que arrecada com tarifas e serviços cobrados dos clientes consegue cobrir 123,7% dos gastos com pessoal.