Com a participação de 180 bancários da Nossa Caixa, o Sindicato Bancários de Campinas e Região realizou no último dia 10, na sede da entidade, plenária para discutir a incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil.
Antes do debate propriamente dito, o presidente do sindicato, Jeferson Boava, o presidente da Federação dos Bancários de SP e MS, deputado estadual David Zaia, e o assessor jurídico do sindicato, Nilo Beiro, abordaram o processo de migração entre o regulamento do ex-banco paulista e do BB, assim como o PDV. A abordagem do tema, é preciso ressaltar, teve como base a apresentação feita pelo BB durante as duas últimas rodadas de negociações, realizadas nos dias 28 de outubro e 3 deste mês.
Como observou o presidente Jeferson, “a mudança proposta é vital para o futuro dos funcionários da Nossa Caixa, porém o BB até agora não colocou nada no papel. Nenhum normativo sobre a migração e o PDV foi publicado. O que dificulta e muito a tomada de uma decisão”.
Após dissecar a proposta apresentada verbalmente pelo BB, dezenas de perguntas foram feitas aos integrantes da mesa da plenária, que contou ainda com a participação das diretoras Cida e Renata.
Para o sindicato, a migração como um todo não é ainda um processo esgotado. “O assunto não está encerrado, como pretende o BB. Existe uma margem, um espaço de discussão até porque nenhum documento formal foi divulgado”, frisa o presidente Jeferson.
Segundo ele, não é necessário que a migração seja feita na primeira hora, já no dia 2 de dezembro e indaga: “como migrar se o funcionário da Nossa Caixa não sabe qual a situação em que se encontra e qual será a nova? Não sabe também qual a classificação da sua agência. Na área administrativa, que envolve Diope, Dinim, Rural e outros departamentos, por exemplo, sabe-se que o número de vagas é 1484. Porém, é insuficiente. Sem falar que não se tem conhecimento onde serão realocados os demais funcionários”. Jeferson observa também que o BB tem obrigação de fornecer esses dados o mais rápido possível.
Direitos preservados
O sindicato entende e isso foi reafirmado na plenária que os direitos dos funcionários têm que ser preservados, tanto daqueles que migrarem quanto dos que optarem em permanecer no regulamento da Nossa Caixa. Para garantir o que foi conquistado, três frentes de atuação: via negocial, mobilização e jurídica. Inclusive os advogados do sindicato estudam o ingresso de ação.
Ao fazer uma avaliação de todo o processo debatido na plenária, o presidente do sindicato lembra que a única medida concreta até agora, negociada com os sindicatos, foi a criação de uma Comissão Específica sobre o Plano de Saúde, que deve iniciar os trabalhos brevemente. “Em outras palavras, todos carecem de informações que permitam uma análise mais apurada. A participação dos funcionários na plenária mostrou isso. Aliás, foi uma grande plenária que reuniu colegas de vários locais de trabalho de Campinas e da região. Esse é o nosso papel: debater com seriedade, democraticamente, e apontar os caminhos que assegurem os direitos dos trabalhadores”.