Plano para capitalizar bancos europeus inclui limites à concessão de bônus

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, apresentou na quarta-feira (12) um “urgente” plano de recapitalização para os fragilizados bancos do continente.

O português Barroso, que comanda o braço executivo da União Europeia, defendeu que os bancos possam recorrer ao novo EFSF (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira), cuja ampliação de ? 440 bi para
? 780 bi deve ser aprovada até amanhã.

Numa medida com forte apelo popular, disse ainda que bônus e dividendos pagos por bancos que estão recebendo auxílio de governos não devem ser concedidos.

As propostas apresentadas ontem servirão de base para a cúpula dos líderes da União Europeia no próximo dia 23.

Bancos de diversos países europeus sofrem por terem papéis de países em crise de solvência, como Grécia, Itália e Portugal. Vários tiveram suas notas rebaixadas por agências de risco recentemente.

Barroso pediu aos bancos que apresentem planos de recapitalização e os executem o mais rápido possível.

“Até que o façam, os reguladores nacionais devem proibi-los de pagar dividendos e bônus”, disse Barroso.

O presidente da Comissão Europeia afirmou que os bancos também terão de reservar um maior volume de recursos de “muito boa qualidade” provenientes do setor privado ou dos governos nacionais -sem especificar valores.

TRANSPARÊNCIA

As instituições financeiras ainda terão de fornecer com total transparência dados sobre a exposição a dívidas de países, segundo o texto.

A Comissão Europeia se comprometeu a apresentar mais propostas até o fim do ano. Elas incluirão regras de transparência para as agências de risco, que têm irritado os líderes europeus com os sucessivos rebaixamentos de países e de bancos.

“Para quebrar o ciclo vicioso da incerteza sobre a sustentabilidade da dívida soberana e sobre as perspectivas de crescimento, precisamos de soluções abrangentes agora”, disse Barroso.

Segundo ele, só assim será possível convencer os cidadãos europeus, os parceiros mundiais do bloco e os mercados de que a UE “dispõe das soluções para os desafios com que todas as economias se deparam”.

Barroso propôs que o novo fundo de resgate permanente, o Mecanismo Europeu de Estabilidade, entre em vigor em meados de 2012, em vez de se esperar por 2013, como inicialmente previsto.

Ele também destacou a necessidade de disponibilizar liquidez suficiente no mercado por meio do Banco Central Europeu.

A Associação de Bancos Alemães considerou “inadequada” a proposta de Barroso e disse que ela não resolve o problema do setor.

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