A taxa de juros cobrada sobre a rolagem da dívida nos cartões de crédito caiu, em média, 2,62% em setembro sobre agosto, passando de 10,69% para 10,41% ao mês. Foi o primeiro recuo dos últimos 33 meses. Ainda assim, os consumidores que entram no sistema rotativo pagam, em média, ao ano, 228,17% de correção sobre o valor principal do débito.
Os dados são da Pesquisa de Juros da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), que também indicou queda na taxa de juros de outras modalidades de crédito. A projeção da entidade são novas reduções nos meses subsequentes. Entre as justificativas da Anefac, estão a melhoria da economia, com um ambiente de maior competição entre as instituições bancárias e redução do nível de inadimplência.
O levantamento indica ainda que, no comércio, os juros foram reduzidos em 7,69%, resultando na menor taxa da série histórica que começou em 1995, recorde que havia sido superado também no mês passado, conforme pesquisa de agosto. Na média, os estabelecimentos estavam cobrando em setembro 4,20% ao mês e 63,84% ao ano, ante 4,55% ao mês e 70,56% ao ano em agosto.
Todas as seis modalidades de crédito a pessoas físicas apresentaram queda, o que significou, na média, a sétima redução seguida com variação de 5,81% e 96,93% ano, ante 6,02% ao mês e 101,68% ao ano.Também foi a mais baixa desde 1995.
No cheque especial, a taxa ficou em 7,95% ao mês ante 8,05%. Ao ano, atingiu 150,4% ante 153,22%. Sobre os financiamentos de automóveis, o percentual passou de 1,7% para 1,54% e, no ano, de 22,42% para 20,13%. Nos bancos, houve recuo de 3,45% para 3,27% ao mês e de 50,23% para 47,13% ao ano.
Também foi constatada diminuição dos juros nas três linhas de crédito disponíveis para as empresas. Na média, a taxa mensal ficou em 3,31% ante 3,44%, e no ano 47,81% ante 50,06%, na menor variação desde 1999.
A Anefac observa que a taxa básica de juros, a Selic, caiu cinco pontos percentuais entre julho e setembro, passando de 12,5% ao ano para 7,5%. No mesmo período, os juros cobrados sobre as pessoas físicas tiveram redução de 24,18 pontos percentuais (de 121,21% ao para 96,93%). No caso das empresas, ocorreu diminuição de 13,22 pontos percentuais (de 61,03% para 47,81%).