Nesta quinta-feira (21), a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, analisou o atual cenário político e econômico e sua influência na vida da categoria bancária e dos trabalhadores em geral, durante a reunião do Pleno do Sistema Diretivo do Sindicato dos Bancários da Paraíba, no auditório da Entidade.
Os trabalhos foram coordenados por Marcelo Alves, presidente do Seeb-PB, que compôs a mesa com o secretário geral da Entidade, Lindonjhonson Almeida, o presidente do Sindicato dos Bancários de Campina Grande e Região, Rostand Lucena e da presidenta da Contraf-CUT.
Na saudação inicial, Marcelo Alves ressaltou a importância do fortalecimento de ações direcionadas à luta contra a proposta de Reforma da Previdência do governo de Bolsonaro, que representa um dos maiores ataque à classe trabalhadora dos últimos tempos, uma vez que reduz o valor e dificulta o acesso do trabalhador à aposentadoria. Ele destacou também que “a reforma não combate os verdadeiros privilégios, pois se assim o fosse, cobraria dos seus maiores devedores, que são as grandes empresas, inclusive os bancos. Precisamos impedir que esse desastroso projeto siga em frente e deixe desamparados nossos filhos e netos. Daí a necessidade de fortalecermos a resistência contra mais esse ataque à classe trabalhadora”, conclamou.
Para a presidenta da Contraf-CUT, os bancários devem estar em alerta, pois o projeto também ataca sua futura aposentadoria. “Retira uma série de direitos, principalmente dos bancários que vão perder 40% da multa do FGTS. Nós vamos perder direitos e os privilegiados vão continuar lucrando; ao deixar de pagar a multa do FGTS, o patrão é quem fica no lucro, em detrimento do prejuízo do trabalhador, que vai ter de trabalhar ainda mais para se aposentar”, alertou.
Juvandia Moreira chamou a atenção para a estratégia do governo, que não quer privatizar totalmente as empresas públicas, mas proporcionar o seu desmonte e vender apenas os setores lucrativos das estatais. “Desde o governo Temer que uma série de áreas das estatais já vêm sendo desmontadas e governo Bolsonaro prossegue com as reestruturações, inclusive nos bancos públicos, onde eles não vão privatizar tudo porque os banqueiros privados não querem uma rede de agências. Aos bancos privados só interessam os setores lucrativos, a exemplo BB DTVM, que é a maior gestora de fundos de investimento do Brasil. São áreas estratégicas e lucrativas, que dão lucratividade e ajudam a instituição financeira a promover políticas públicas”, destacou a sindicalista.
Discorrendo sobre a proposta de reforma da Previdência, que o governo Bolsonaro chama agora de ‘Nova Previdência’, Juvandia esclarece que existem outras formas de se revolver o problema. “A Constituição de 1988 dispõe sobre as formas de custeio da Seguridade Social para garantir a saúde e os direitos previdenciários e sociais aos trabalhadores. Só que parte desses recursos são desviados para o pagamento do serviço da dívida. Então, antes de se fazer uma reforma desumana, o governo deveria primeiro cobrar a inadimplência das grandes empresas, entre elas os bancos que estão entre os maiores devedores da Previdência. Além disso, a propaganda governamental ressalta o déficit da Previdência, mas não abre a caixa preta das contas do órgão público e quer empurrar goela abaixo uma reforma que vai privilegiar quem ganha mais, a exemplo dos banqueiros que anseiam pela previdência privada, e prejudicar quem ganha menos, entra no mercado do trabalho mais cedo e em profissões que exigem mais esforço físico e tem expectativa de vida baixa”, concluiu.