Mais de 500 bancários participaram do passeatão nas ruas centrais da Capital, no final da tarde de quinta-feira, dia 25. A mobilização integrou o Dia Nacional de Lutas da campanha salarial. Com muita garra e vontade, o protesto demonstrou que os bancários não desistirão da luta por avanços. Um personagem representando um banqueiro simbolizou o slogan da campanha 2008: Cadeira Pra Quem Suga o Povo. Banqueiro: Chega de Sugar a Gente!
Bancários de todo o Estado participaram da manifestação. Diante do descaso da Fenaban, a categoria projeta paralisação de 24h na terça-feira, dia 30. “Negociamos durante todo o mês de setembro e o índice de 7,5% é muito aquém do que pedimos. A proposta não dialoga com nossas reivindicações. Se os bancos não avançarem, os trabalhadores começam projetar a possibilidade de greve”, anuncia o presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre Juberlei Baes Bacelo. Na sua avaliação, o Passeatão teve um resultado positivo, reflexo da proposta indecente feita pelos banqueiros no dia anterior.
“O setor apresentou lucros astronômicos no primeiro semestre de 2008, mas na hora de negociar arrocha os salários, por isso negamos essa proposta”, ressalta o presidente do SindBancários.
A manifestação percorreu as ruas Caldas Junior, Siqueira Campos, General Câmara, Sete de Setembro,encerrando na Borges de Medeiros com Rua da Praia.
Proposta indecente
Na quarta, dia 24, o Comando Nacional dos Bancários se reuniu com a Fenaban, que apresentou um índice de reajuste de 7,5%. A proposta foi considera insuficiente, comparada aos lucros de R$ 16,5 bilhões no primeiro semestre.
Os banqueiros também propuseram manter a forma de cálculo da PLR do ano passado, com o reajuste de 7,5%. O pagamento seria de 80% do salário mais um valor fixo de R$ 943,85, limitado a R$ 6.263,00. Em vez de avanços, a proposta dos banqueiros ofereceu retrocesso: redução do vale-transporte, a diminuição do período de concessão do auxílio-creche/babá para 71 meses e alterações que prejudicam os trabalhadores no período de estabilidade pré-aposentadoria.
O Comando disse não à proposta da Fenaban e reafirmou as reivindicações da categoria, como o aumento real de 5% além da inflação acumulada no período (7,15% pelo INPC). Os bancários exigem a melhoria da PLR, com a simplificação do cálculo, propondo o pagamento de três salários mais o valor fixo de R$ 3.500.
Calendário de luta
Segunda – dia 29 – Realização de assembléias em todo Brasil
Terça – dia 30 – Paralisação de 24h em todo o Brasil, em todos os bancos privados, federais e estaduais.
Assembléias de segunda-feira
Na próxima segunda-feira, dia 29, o SindBancários promove assembléias específicas para avaliar a proposta da Fenaban e o andamento das negociações com os bancos e votar o indicativo nacional de paralisação de 24 horas na terça-feira, dia 30.
– Banrisul e bancos privados: Casa dos Bancários;
– Banco do Brasil: Clube do Comércio;
– Caixa Econômica Federal: Clube do Comércio;
Veja as principais reivindicações dos bancários
– Reajuste de 13,23% (inflação + 5% de aumento real);
– PLR de três salários mais RR$ 3.500, sem teto nem limitador;
– Plano de Cargos e Salários em todas as instituições;
– Fim das metas abusivas;
– Melhores condições saúde, segurança e trabalho;
– Manutenção de emprego em processo de fusão;
– Igualdade de oportunidades;
– Ampliação do auxílio-educação para todos os bancos;
– Licença-maternidade de seis meses;
– Auxílio-creche de R$ 415;
– Ticket de R$ 17,50
– Cesta-alimentação de R$ 415;
– Reajuste escalonado do piso do Dieese até R$ 2.025,99.