Paraná resiste na greve com 820 agências e onze centros administrativos fechados

Completando 17 dias de greve nacional dos bancários, nesta quinta-feira (22), no Paraná, 820 agências e 11 centros administrativos amanheceram fechados, totalizando 20.700 trabalhadores paralisados. Os dados são da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR). A Federação agrega os seguintes sindicatos de suas cidades sedes e regiões: Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo e Umuarama. A Fetec -CUT-PR representa 85% do total de bancários do estado.

Os banqueiros continuam se negando a apresentar uma proposta decente à categoria. Com lucros de quase R$ 70 bilhões em 2015, R$ 30 bilhões no primeiro semestre desse ano, os bancos não querem sequer repor a inflação aos trabalhadores. Continuam cobrando dos clientes taxas abusivas e juros que já ultrapassaram 450% ao ano.  Ainda assim, querem burlar o direito à greve dos trabalhadores, seja pela pressão aos funcionários, seja por medidas judiciais – agora com o braço forte da Ordem dos Advogados do Brasil.

Somente em Curitiba e Região, 87% das agências bancárias encontram-se fechadas. Na capital, o Santander conseguiu interditos judiciais impedindo a atuação do sindicato e obrigando os funcionários a trabalhar. Mas não funcionou. Os funcionários não cederam às pressões e o movimento grevista foi reforçado, estendendo-se também para a região metropolitana, onde as poucas agências que ainda permaneciam abertas, acabaram sendo fechadas por falta de funcionários. Foram fechadas agências em: São José dos Pinhais, Pinhais, Quatro Barras, Piraquara, Campina Grande do Sul, Colombo e Alto Maracanã, Campo Largo, Fazenda Rio Grande, Rio Negro, Lapa e Araucária.

Em cidades na região de Umuarama, a adesão à greve é de 97%. A dirigente sindical Ana Paula Lorini, do Sindicato dos Bancários de Umuarama, reforça a necessidade de os colegas aderirem à greve. “Precisamos a cada dia tomar consciência da força que temos enquanto trabalhadores porque se todos cruzarmos os braços, teremos uma campanha mais rápida e com resultados mais positivos”, enfatizou.

A presidenta do Sindicato de Apucarana, Maria Salomé Fujii, lembra os colegas que em onze anos, ainda que não tenham sido com índices satisfatórios, os bancários têm conseguido aumentos reais. “O que os bancários têm hoje, no banco, foi fruto de luta. Nada caiu do céu e nem foi banqueiro bonzinho que deu de graça. Sem luta, estamos arriscando a perder até o que já temos de conquistas”, afirmou.

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