Paralisações repudiam farsa eleitoral e exigem democracia no SantanderPrevi

Bancários pararam 25 agências em São Paulo

Sindicatos de bancários de várias regiões do país realizaram protestos, nesta terça-feira, dia 1º, denunciando a farsa eleitoral do SantanderPrevi. Levantamento parcial da Contraf-CUT revela que ocorreram atividades em todo país, protestando contra a votação no fundo de pensão, feito à revelia dos cerca de 40 mil participantes em todo Brasil e descumprindo compromissos assumidos pelo banco com as entidades sindicais dos bancários.

“O movimento mostrou disposição de luta e organização, demonstrando a indignação dos bancários em todo país diante da falta de democracia nas eleições do fundo de pensão com maior número de participantes do Santander”, avalia o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “O banco tem prédios modernos por fora, mas ainda implementa práticas antidemocráticas dentro das agências e departamentos que rasgam o discurso de diálogo e transparência”, completa.

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São Paulo

Em São Paulo, Osasco e Região foram paralisadas, até às 12h, 25 agências com distribuição de jornais e carta aberta à população denunciando os abusos do banco espanhol.

“Queremos que o processo seja verdadeiramente democrático com a constituição de uma comissão eleitoral, com ampla divulgação de um calendário eleitoral e que os participantes tenham plenas condições de se candidatar e eleger livremente seus representantes”, destacou o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Marcelo Sá.

No ABC Paulista, foi paralisada, das 10h às 12h, a Regional de São Bernardo. Em Catanduva, duas agências mantiveram-se fechadas também até o meio-dia. Em Guarulhos, o Sindicato organizou reuniões por setores no prédio onde funciona a agência Centro, a Superintendência e a Regional do Santander. Durante toda a manhã, a entidade também distribuiu carta aberta à população.

Nas bases dos demais sindicatos filiados à Fetec-CUT/SP também foram distribuídos materiais, lembrando que, no período de janeiro a setembro de 2010, o banco no Brasil alcançou um lucro de R$ 3 bilhões, contribuindo assim com 25% do lucro mundial da empresa, como fruto do desempenho de seus funcionários.

“A realização de eleição no SantanderPrevi, sem qualquer transparência, é um desrespeito a esse importante papel dos trabalhadores”, afirma Alberto Maranho, diretor da FETEC-CUT/SP. O dirigente lembra que o banco está repetindo o que fez em 2009, quando alterou de forma unilateral o estatuto do HolandaPrevi, antecessor do SantanderPrevi, em prejuízo de milhares de participantes.

Os bancários paralisaram, das 9h às 11h, a agência do Santander, na Pça Rui Barbosa, centro financeiro de Santos. Em Campinas, os bancários pararam os serviços no prédio central do Santander, reivindicando a suspensão do processo eleitoral no SantanderPrevi. A paralisação, que envolveu cerca de 200 bancários, teve início às 7h e terminou às 12h.

“Para nossa surpresa, o Santander marcou a eleição contrariando inclusive compromisso assumido pelo presidente mundial, Emílio Botin, em reunião que contou com a participação do presidente Fábio Barbosa e do futuro presidente do Santander Brasil, Marcial Portela. A prometida transparência foi jogada na lata de lixo. A paralisação de hoje exige abertura de negociação e novo processo eleitoral”, destacou a diretora do Sindicato dos Bancários de Campinas, Ana Stela Alves de Lima.

Outros estados

No Rio, as agências do extinto Banco Real no centro da caidade, ficaram paralisadas até o meio-dia. A Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo e os Sindicatos do Rio e da Baixada Fluminense protestaram contra a atitude antidemocrática do banco espanhol de impor candidatos às vagas destinadas aos representantes dos participantes nos conselhos deliberativo e fiscal do fundo de pensão.

Os bancários de Mato Grosso paralisaram até o meio-dia a agência Alencastro, que é a maior do Centro-Oeste. Foram distribuídas cartas abertas à população e jornais para os bancários, além de reunião no local de trabalho, explicando os motivos do protesto.

“Não mediremos esforços para que o direito dos trabalhadores seja garantido. É inadmissível que o Santander trate os bancários com desrespeito e tente privá-los do direito à democracia. Queremos o direito de eleger legitimamente os nossos representantes”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb-MT), Arilson da Silva.

Em Florianópolis, durante duas horas, os bancários paralisaram as atividades da agência do Santander, no centro da cidade, em protesto à farsa eleitoral no SantanderPrevi.

Para Luiz Fernando, funcionário do Santander e diretor do Sindicato, “é lamentável a falta de democracia e transparência na condução desse processo por parte do banco e também a quebra de compromisso ao registrar em uma ata do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) que o movimento sindical seria previamente avisado dos próximos processos eleitorais”.

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