Paralisações e protestos em todo o país forçam Câmara a adiar votação do 4330

No Largo da Batata, em São Paulo, mais de 35 mil protestaram contra o 4330

Convocados pelas principais centrais sindicais do país (CUT, CTB, NCST, Intersindical e Conlutas) e movimentos populares do campo e da cidade, trabalhadores de várias categorias profissionais fecharam bancos, estradas, fábricas, refinarias e comércio nesta quarta-feira 15, no Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330. Diante dessa grande demonstração de força dos trabalhadores, a Câmara dos Deputados adiou mais uma vez, agora para o dia 22, a votação dos destaques do projeto de lei que legaliza a terceirização de forma indiscriminada, até mesmo nas atividades-fim.

O dia culminou com duas grandes manifestações em São Paulo, uma na avenida Paulista, em frente à sede da Federação das Indústrias (Fiesp), e outra no Largo da Batata, zona oeste da capital, juntando bancários e trabalhadores de outras categorias, como professores, metalúrgicos, metroviários, químicos, comerciários e petroleiros.

Os bancários fizeram paralisações e manifestações de protesto em todo o país. Em São Paulo, o dia de luta contra o PL 4330 da terceirização começou cedo para os bancários, com paralisações em agências, unidades de call center e concentrações de grandes bancos como o ITM e CAT, do Itaú, Vila Santander e Santander Boa Vista, BB Crédito Imobiliário, Bradesco Telebanco e Gilog da Caixa.

Após as manifestações, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, anunciou acordo de líderes adiando para o dia 22 a votação dos destaques ao PL 4330. Veja aqui .

Veja como foram os protestos com participação dos bancários nas principais cidades do país:

Bancários lideram grande mobilização contra PL 4330 em São Paulo

Bancários do Rio participam de pressão popular que adiou votação do PL 4330

Contra a precarização do trabalho, bancários paralisam agências do DF

Bancários e bancárias de BH se mobilizam contra o PL 4330

Bancários paralisam 75% das agências em Porto Alegre contra PL 4330

Em Curitiba, bancários paralisam 23 agências contra terceirização

Salvador amanheceu sem ônibus, sem aula, bancos e comércio contra o PL 4330

Trabalhadores ocupam o Centro de Fortaleza contra o PL 4330

Em Recife, 20 mil bancários e outro0s trabalhadores ocupam o centro

Bancários participam de ato e param o centro de Campinas contra PL 4330

Em Teresina, mobilização contra PL 4330 reúne bancários e várias categorias

Manifestações contra PL da terceirização ganham as ruas do ABC

Bancários de Jundiaí protestam contra PL4330 no centro da cidade

Bancários da Paraíba protestam contra perda de direitos com o PL 4330

Bancários paralisam agências em Caxias do Sul contra PL 4330

Trabalhadores ocupam ruas de Vitória em manifestação contra a terceirização

Trabalhadores se unem contra terceirização em Vitória da Conquista

Bancários de Dourados (MS) protestam contra o PL 4330

Bancários de Campos percorrem agências em ato contra terceirização

Veja também:

Trabalhadores fazem protesto em pelo menos 23 estados contra PL 4330

“Se preciso, faremos uma greve nacional”

Na avenida Paulista, em São Paulo, a CUT e outras centrais sindicais fizeram manifestação em frente à sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, justificou a vaia que os militantes deram ao presidente da federação patronal, Paulo Skaf. “Se o 4330 do jeito que está redigido seguir adiante e for aprovado pelos senadores, acabou a CLT. O projeto não é terceirização, companheiros. É mentira do Skaf”, disse.

Ele criticou também duramente a maioria dos deputados que aprovaram o PL e, em especial, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ). “Nem a ditadura militar ousou em retirar o direito dos trabalhadores com um corte tão profundo como quer fazer o ditador Eduardo Cunha”.

Vagner lançou um alerta aos parlamentares: “Temos a missão de lembrá-los que a maioria do povo não está no Congresso, mas nas ruas, que ocupamos hoje em todo o Brasil. Nós chamamos esta manifestação em menos de uma semana e muitos diziam que seria fraca. Eles não conhecem nossa companheirada”, afirmou.

“Hoje, em todo o Brasil, demos muito prejuízo aos patrões, parando bancos, fábricas, comércio, refinarias… Só assim eles nos entendem, quando mexemos no bolso deles”, completou.

Para Vagner, o fato de o PSDB ter decidido votar contra a terceirização da atividade-fim no serviço público é um sinal claro de que o debate chegou à maioria da opinião pública. “Agora os inimigos dos trabalhadores, o setor patronal nas empresas e no Congresso, não podem mais negar que o projeto não é para regulamentar a terceirização, e sim para acabar com os direitos”. E lançou: “Se preciso, faremos uma greve nacional para derrubar esse projeto”.

Grandes bonecos caricaturando os deputados Eduardo Cunha, o Paulinho da Força (SD/SP) e o representante patronal Skaf desfilavam na porta da Fiesp, à espera do momento em que seriam – como foram – incinerados pelos manifestantes, em forma de protesto.

(Atualizado dia 16, às 10h17

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