(São Paulo) A tradução da palavra “gay” ganhou sentido pleno neste domingo (10) quando 3,5 milhões de pessoas “alegres” ocuparam a Avenida Paulista, em São Paulo, “Por um Mundo sem Racismo, Machismo e Homofobia” durante a 11ª Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) . Militantes da CUT-SP (Central Única dos Trabalhadores) marcaram presença na maior parada gay do mundo que neste ano bateu o próprio recorde de 2,5 milhões de pessoas registrado na última edição, segundo os organizadores.
Dirigentes da CUT-SP, do Seesp (Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo) e da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) subiram em três trios elétricos para representar a base cutista. Todos se mantiveram unidos no ato em defesa e respeito à diversidade sexual.
Em meio à irreverência de “super-heróis” e drag queens extravagantemente fantasiados, sindicalistas movimentaram os corpos embalados por drag music, house, trance, psy, flash backs, entre outros estilos musicais. Antes do momento destinado à festa entoaram, no entanto, o Hino Nacional em ato político promovido no carro da Apoglbt (Associação da Parada do Orgulho Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) – entidade responsável pela organização do evento.
Ao lado de famílias, compostas religiosamente por pai, mãe e filhos, em certos casos somadas às presenças de avós, sindicalistas de categorias como bancários, metroviários, servidores do Estado da saúde, operadores de telemarketing, enfermeiros, professores e militantes do movimento de moradia popular cortaram a principal avenida da cidade no carro da CUT-SP. Todos avançaram pela Rua Consolação e marcharam até a Praça da República, no Centro, pela ampliação dos direitos dos cidadãos do movimento GLBT.
Vanguarda
A presidente do Seesp, diretora da CUT-SP e membro do Coletivo GLBT da Central, Solange Aparecida Caetano, destacou que a CUT-SP e sindicatos filiados foram as únicas entidades de representação de trabalhadores a participar da Parada. “Nenhuma outra central apareceu e isso mostra que a CUT mais uma vez sai na frente. As outras centrais parecem não estar preocupadas com a questão GLBT”, avalia. Pelo quarto ano seguido, a Central está na avenida. O Seesp participa pela segunda vez e a Apeoesp estreou neste ano.
“As direções dos sindicatos estão atentas aos trabalhadores homossexuais que estão na base. Sabemos que existe o preconceito, mas as entidades demonstram disposição para o debate”, explica Solange. Como exemplo de ação positiva, a sindicalista cita a consolidação do Coletivo GLBT da CUT-SP.
Exemplo
A diretora de Finanças do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro, Rejane de Almeida, e mais dois dirigentes da entidade participaram pela primeira vez da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo. “Foi uma experiência nova e extremamente positiva para a militância. Vamos levar este aprendizado para o Rio para ampliar a participação da militância GLTB”, diz. A Parada de São Paulo, segundo Rejane, fecundará novas discussões entre dirigentes cariocas.
Fonte: William Glauber, CUT-SP