Para vice-governador do RS, Banrisul deve ser privatizado

(Caxias do Sul) “Agora posso falar”, disse o vice-governador eleito do Rio Grande do Sul, Paulo Feijó (PFL). Ele se referia ao período eleitoral, onde suas declarações sobre as privatizações no estado geraram muitos constrangimentos para a então candidata ao governo Yeda Crusius (PSDB). “Eu defendo essa tese e vou continuar defendendo, como defendi durante a campanha, mas era proibido se falar nisso”, revelou o vice eleito.

Exibindo gráficos numa tela, Paulo Feijó propôs o que chamou de “plano estratégico” de retirada de empresas da mão do Estado gaúcho. Perguntou o que as empresas públicas, como o Banrisul, Procergs (Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul), a FEE (Fundação de Economia e Estatística) e Ceasa (Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul S.A) trazem de benefício para a sociedade.

Para contornar a rejeição pública às privatizações, Feijó também já encontrou uma saída: “então, se privatização é uma palavra proibida no Rio Grande do Sul, vamos falar em publicização”, disse para os presentes na aula magna.

Feijó também lembrou que em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia já não existem bancos públicos estaduais. “Sabem quanto custa o Banrisul por ano? R$ 1 bilhão”. O vice eleito desconsidera de sua base de cálculo a quantia recolhida ao estado do Rio Grande Sul, sobre a forma de dividendos e juros sobre o capital, no montante de R$ 796,1 milhões, entre 1999 a junho deste ano.

"É preciso ter coragem de falar verdades e mexer onde precisa mexer. Vamos levar 10 anos para desmontar esse monstro. Vai dar desgaste? Vai. Vai dar crise política? Vai. Mas temos de enfrentar", continuou Feijó.

“Se nós tivéssemos um mínimo de Estado, talvez até a segurança pública possa ser privada. Mas isso vamos pensar para mais adiante", continuou o vice eleito.

Feijó não surpreende
As afirmações de Feijó não surpreendem, afinal, o vice eleito pela população gaúcha se auto-define como neoliberal e mesmo durante a campanha eleitoral defendeu abertamente o desmonte do Estado. A última edição do jornal VOZ DO BANCÁRIO, do Seeb de Caxias do Sul, na matéria "O Rio Grande do Sul pode ficar sem seu último banco", já trouxe declarações onde Paulo Feijó clamava por um Estado reduzido.

 

Fonte: Seeb Caxias do Sul e Região

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