(São Paulo) Um pequeno guia de bolso, lançado pelo Santander Banespa, colocou por terra o discurso do banco e confirmou as denúncias que os sindicatos vêm fazendo há tempos. Na cartilha, a empresa admite que seu objetivo é colocar os caixas como vendedores de produtos e serviços e até ensina como seduzir os clientes.
Logo na primeira página do guia de bolso, o Santander diz que “o caixa é um canal potencial de vendas. Permite um relacionamento com o cliente mais personalizado e as oportunidades de encantar os clientes são muito maiores”. E conclui: “Saiba aproveitar esse canal e boas vendas”.
“Sempre denunciamos esta postura do Santander de tratar os caixas como vendedores. Os administradores do banco sempre negaram, mas acabaram caindo em contradição com este guia, cujo título é ‘Ponto de Venda’. Isso mostra a postura do banco, que não está nem aí para os clientes e funcionários, quer mais é lucrar com venda de produtos. Ao invés de comprar o Banespa, os espanhóis deveriam ter comprado as Casas Bahia ou as Lojas Marabrás”, ironizou Paulo Stekel, diretor da Contraf-CUT e funcionário do banco.
Nas páginas internas, o Santander tenta explicar o “papel” do caixa. Nos 16 itens que enumera, apenas dois – isso mesmo, dois – são relativos à real função de um caixa. Os outros quatorze tem por objetivo a venda de produtos.
“O banco chega ao cúmulo de apresentar quatro scripts para o caixa empurrar produtos para os clientes. E para não perder nenhuma venda, o Santander dá dicas de como avaliar o melhor momento para a abordagem e, se não conseguir convencer o cliente a comprar nada, que pelo menos solicite os dados para preencher o formulário de oportunidades de negócios”, relata Stekel.
Segundo o dirigente, a Contraf-CUT já procurou o banco para marcar uma reunião e cobrar o fim desta postura do Santander.
Fonte: Contraf-CUT
