Para diretor da Uni Finan‡as, integra‡Æo global ‚ a melhor estrat‚gia

(São Paulo) Oliver Roethig, chefe de departamento da Uni Finanças, esteve nesta quinta-feira, dia 23, na Contraf-CUT em São Paulo. A passagem é parte de uma série de viagens que o dirigente faz por países da América Latina. A Uni-Finanças é um braço da UNI Global (Rede União Global), entidade que reúne 900 sindicatos e confederações no mundo. No caso da Uni Finanças, são 3 milhões de membros representados nos 200 sindicatos filiados. O objetivo é discutir questões globais que envolvem os trabalhadores do setor financeiro e as estratégias para se contrapor aos bancos. Confira os principais trechos da entrevista.

 

Contraf-CUT: Como o sr. define a Uni Finanças e qual é o papel da América Latina dentro dela?

Oliver Roethig – Vim para a 2ª Conferência Regional da Uni-América, em Assunção, no Paraguai, depois estive na Argentina e agora no Brasil. A Contraf-CUT é uma das entidades mais fortes. Vagner Freitas é presidente da Uni Américas, e Luís Cláudio Marcolino é um dos vice-presidentes da Uni-Finanças. Na América Latina, os bancos multinacionais como o HSBC, Santander e BBVA estão se tornando mais importantes. Uma das principais atividades da Uni Finanças é trabalhar em rede com as entidades para integrar a luta e permitir mais conquistas.

Contraf-CUT: O sr. poderia dar exemplos de lutas integradas nesses bancos?

Roethig – Promovemos um seminário de dois dias antes da conferência regional no Paraguai. Trouxemos representantes sindicais do BBVA e Santander da Espanha para pensarmos em atividades conjuntas, uma base de reivindicações. A luta é por estabelecer padrões internacionais mínimos para todos os trabalhadores dos bancos multinacionais.

 

Contraf-CUT: Como o sr. vê a formação da Contraf, com uma proposta de reunir todos os trabalhadores do ramo financeiro em uma mesma entidade? Isso ocorre em outros países

Roethig – A situação do setor financeiro é diversa em cada país. Os bancos no mundo todo vêm desenvolvendo atividades de seguradora e de crédito – originariamente bancária, mas um pouco diferente. São várias empresas trabalhando dentro do banco, usando as facilidades de cada uma delas. Por estarem no mesmo ambiente e fazerem um trabalho cada vez mais parecido, acredito que a tendência seja a união entre os representantes dos trabalhadores. Na Europa há sindicatos do setor financeiro para bancários e funcionários de seguradoras. Na medida em que os bancos tentam reunir várias empresas em uma só, o trabalho de cada uma não fica tão diferente, e a representação precisa ser feita de forma integrada nos níveis regional, nacional e global.

 

Contraf-CUT: No Brasil, a lucratividade dos bancos tem sido elevada demais para os padrões mundiais. Como o sr. vê esse cenário?

Roethig – O lucro dos bancos podem ser bons para os trabalhadores, porque abre caminho para mais direitos e salários. Por outro lado, se é muito excessivo, o lucro pode não ser sustentável, na medida em que é obtido a partir da exploração do consumidor. Com o tempo, ele tende a buscar alternativas para fugir do prestador de serviços ruim. Outro problema é que grande parte dos lucro vai para os acionistas, enquanto deveria ser mais justamente dividido com os empregados. Em muitos países, há diferenças cada vez maiores entre os salários dos bancários e os dos executivos. Na Europa, em um banco, os cinco principais executivos receberam de aumento um montante equivalente à soma do aumento de 1% concedido a todos os outros funcionários. Gerentes e diretores ganharem mais faz sentido, mas é inaceitável que diferenças salariais de 6 ou 7 mil vezes ocorram.

 

Fonte: Contraf-CUT

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram