Um levantamento divulgado pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) na quarta-feira (6) apontou um aumento no número de correntistas bancários em 13% nos últimos quatro anos. Ao todo, quase metade da população brasileira – cerca de 46% – já possui conta corrente.
No relatório da pesquisa, a Fecomércio observa que a criação de empregos e a migração de um contingente das classes D e E para a classe C contribuem diretamente para essa expansão.
O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, afirma que o aumento no número de correntistas é um bom sinal para a economia brasileira, um resultado creditado ao “trabalhador que estava desempregado há um bom tempo e fazia bicos na economia informal”.
Por outro lado, o presidente da Contraf-CUT se diz preocupado com as consequências dessa elevação. “Hoje os bancos não estão estruturados para receberem o aumento no número de correntistas. As filas já são gigantescas e os bancos não estão contratando para suprir essa demanda, causando uma sobrecarga intensa de trabalho para seus funcionários”, explicou.
Em tom de crítica, Cordeiro enxerga uma inversão daquilo que deveria ocorrer dentro das agências. “Infelizmente o aumento de correntistas não está relacionado a um investimento, por parte dos bancos, no melhor atendimento”, disparou.
Quem paga essa conta, segundo Cordeiro, é o funcionário. “Essa política adotada pelo banco resulta diretamente (em problemas) na saúde do trabalhador. Por mês, mais de mil funcionários são afastados por complicações na saúde física e mental”, disse o presidente.
Cordeiro ainda criticou a prática, cada vez mais frequente, dos bancos em trabalhar com correspondentes bancários – como lotéricas e outros estabelecimentos comerciais autorizados a receber pagamento de contas e outros serviços financeiros.
“As perdas para o cliente são gigantescas, pois o correntista não vai ter um atendimento adequado. Os bancos são concessões públicas, portanto o correntista tem o direito de ser atendido adequadamente dentro de sua agência”, observou.