Foram 2.515 assassinatos de sindicalistas em 21 anos. Desde a posse de Álvaro Uribe como presidente da Colômbia, em 2002, 450 dirigentes sindicais foram executados no país localizado na região noroeste da América do Sul. Mas para o cônsul-geral colombiano no Brasil, Maurício Acero, não se tratam de assassinatos políticos. “Veja bem, acontecem assassinatos nas grandes cidades da Colômbia como acontecem no Brasil. A violência é uma coisa das grandes cidades”, disse, desconversando quando questionado sobre a “coincidência” da violência atingir exatamente e com tanta freqüência os representantes dos trabalhadores.
Para Acero, é seguro ser sindicalista no país. “O governo dá todas as garantias constitucionais para todos os cidadãos exercerem suas atividades, inclusive lideres sindicais”.
Apesar dos números mostrarem uma incômoda estabilidade nos assassinatos a sindicalistas antes e depois da posse de Uribe, o cônsul insiste em ressaltar avanços conquistados no atual governo. “A situação na Colômbia é muito complicada há muito tempo, existem muitos grupos paramilitares, mas muita gente está sendo presa”, disse. Ele repetiu diversas vezes durante a entrevista que o Poder Judiciário colombiano é “independente” e que apura os casos de mortes de sindicalistas com isenção.
Nesta terça, durante um ato em protesto contra os assassinatos realizado em frente ao consulado colombiano em São Paulo, Acero se negou a receber das mãos de sindicalistas um documento de repudio à situação na Colômbia.