O mercado formal de trabalho eliminou 130.629 vagas em novembro (-0,32%, o pior para o mês na série histórica, iniciada em 1992), um ritmo pouco menor que o de outubro, e chegou no ano a uma redução de 945.363 empregos com carteira assinada. O resultado indica uma queda superior a 1 milhão em 2015, já que historicamente dezembro tem resultado negativo. Em 12 meses, até novembro, o corte supera 1,5 milhão de vagas com carteira. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (18), são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Apenas no mês passado, o país registrou 1,179 milhão de contratações formais e 1,310 milhão de demissões, resultando no corte de 130.629. Apenas o comércio não fechou vagas, com saldo de 52.529 (crescimento de 0,57%). Em números absolutos, a maior diminuição foi registrada na indústria de transformação: menos 77.341 empregos com carteira, queda de 0,98%. A construção civil caiu 1,98%, com eliminação de 55.585 vagas. O setor de serviços fechou 23.312 (-0,13%), a agricultura cortou 21.969 (-1,35) e a administração pública, 2.142 (-0,24%).
No ano, até novembro, a agricultura tem saldo de 68.416 (expansão de 4,42%) e a administração pública, de 9.336 (1,04%). A construção civil tem queda de 10,09% (menos 309.226 vagas). A indústria fecha 414.075 postos de trabalho (-5,04%), o setor extrativo-mineral elimina 12.229 (-5,51%), o comércio corta 183.348 (-1,95%) e os serviços 97.570 (-0,56%). No ano passado, o setor de serviços, relacionado ao consumo, vinha sustentando o emprego formal.
O Ministério do Trabalho identifica "desaceleração" no ritmo de queda, de -0,42%, em outubro, para -0,32%. O diretor do Departamento de Emprego e Salário da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego, Márcio Borges, destaca o comportamento do comércio, com o melhor resultado mensal desde novembro de 2014. "Contribuiu também para este quadro de arrefecimento o setor de serviços, que, embora tenha apresentado uma redução de 23.312 postos, obteve um resultado melhor que o aferido em outubro último, quando a queda chegou a 46.246 postos", acrescentou.
Ainda de acordo com o ministério, o estoque de novembro – 40,26 milhões de empregos com carteira – é o terceiro maior da série histórica, iniciada em 1992, perdendo apenas para novembro de 2014 (41,79 milhões) e novembro de 2013 (41,29 milhões).
De janeiro a novembro, o Caged aponta 16.722.239 admissões com carteira e 17.667.593 demissões.