A insegurança a que estão expostos bancários, clientes e vigilantes ficou mais evidente entre a sexta-feira 9 e a terça-feira 13, período em que o Sindicato dos Bancários de são Paulo tomou conhecimento de seis ocorrências de assaltos a agências bancárias em diversas regiões de São Paulo.
O Sindicato entrou em contato com a Secretária de Segurança Pública de São Paulo para confirmar a existência de novas ocorrências, mas o órgão estadual informou que as estatísticas de roubo a banco não são divulgadas diariamente e sim mensalmente.
PM
Os acontecimentos reforçam a preocupação dos bancários com a segurança e indicam que o convênio entre Fenaban e Polícia Militar – que prevê rondas diárias em agências bancárias – não está funcionando. A parceria, inclusive, está sendo investigada pelo Ministério Público como improbidade administrativa.
Assaltos
A onda de roubos começou na sexta-feira com duas ações. Uma no Itaú da Vila Santa Catarina, zona sul, e outra no Bradesco da Água Fria, zona norte da capital.
Na segunda-feira, novos alvos: o posto de atendimento do banco Safra, dentro do Hospital da Albert Einstein, na zona sul, e as agências do Santander Tucuruvi, zona norte, e Vila Marajoara, também na zona sul.
Na madrugada desta terça-feira, o alvo foi a agência do Itaú Arpoador, no bairro do Jardim São Jorge, região da Rodovia Raposo Tavares. Bandidos explodiram parte do autoatendimento da agência e deixaram o local destruído (Foto).
No final da tarde desta mesma terça, novo assalto. Desta vez uma agência do Banco do Brasil na zona leste, mais precisamente na Avenida Cangaíba. Segundo informações da PM, funcionários, clientes e seguranças foram rendidos por volta das 16h. Ninguém ficou ferido. O caso foi registrado no 10º DP da Penha.
O diretor do Sindicato e integrante da Ccasp (Comissão Consultiva de Assunto de Segurança Privada), Daniel Reis, afirma que os assaltos às agências bancárias nesses últimos dias são reflexo do relaxamento da segurança por parte dos bancos. “Os bandidos sentem-se confiantes devido à negligência das instituições financeiras com a segurança”, afirma o dirigente sindical.
Em todos os locais, o Sindicato esteve presente para cobrar assistência psicológica e abertura da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para os bancários.
Audiência na Câmara Municipal
O Sindicato vai à Câmara de Vereadores de São Paulo para debater a importância das portas de segurança para proteger a vida de bancários, vigilantes e clientes nos bancos.
Diante do anúncio de bancos que pretendem retirar o equipamento, a entidade solicitou audiência para tratar da questão com o presidente da Câmara Municipal, José Police Neto. A reunião foi confirmada para 2 de abril.
Na carta enviada a Police, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, ressaltou a preocupação dos trabalhadores e lembrou a luta da categoria pela manutenção das portas.
“Em 2007, os bancários comemoraram a decisão dos vereadores da Câmara Municipal, que por unanimidade aprovaram a obrigatoriedade da instalação do equipamento em todas as agências da cidade. Porém, em 2008, o prefeito Gilberto Kassab vetou o projeto de lei. Desde então, algumas instituições estão retirando esse importante equipamento de segurança”.
O debate sobre a importância da instalação das portas também vem sendo travado junto à Fenaban, na mesa temática que trata de segurança bancária, e nas audiências no Ministério da Justiça sobre o novo estatuto da segurança privada.
A própria Fenaban reconhece o aumento no índice de roubo a banco: em 2011 foram 14% mais em todo país, em relação a 2010. Na cidade de São Paulo, segundo a SSP, o aumento foi de 20%.