Só este ano já ocorreram 40 assaltos a bancos no Estado da Paraíba. Reportagem do Jornal Nacional de segunda-feira, 2 de agosto, chamou a atenção para a onda de assaltos a bancos na Paraíba, que já representa cerca de 10% das ocorrências no país, só este ano.
As investidas dos bandidos está aterrorizando clientes, usuários e bancários, que têm sistematicamente denunciado a insegurança ao Sindicato dos Bancários da Paraíba.
A reportagem abordou a ação dos bandidos munidos de explosivos para roubar um posto de atendimento bancário no município do Conde, no litoral sul da Paráiba. Foram veiculadas imagens chocantes no momento em que os assaltantes chegaram ao posto de atendimento bancário, rendendo o vigilante e atirando contra a porta de vidro, em Jacaraú. O medo se espalhou pelas ruas pacatas das cidades do interior paraibano. “Basta ver um carro estranho, que a gente já fica tímido, esperando o pior”, confessou o motorista Paulo Ferreira, do Conde.
Há pouco tempo, um assalto de grandes proporções levou o terror ao Cariri paraibano, no assalto à agência do Banco do Brasil em Serra Branca. Segundo Martinho Mota, delegado sindical naquela agência, é muito ruim essa sensação de impotência que fica em quem sofre o trauma de um assalto. “Por incrível que pareça, ainda pior do que o medo de morrer ou de ficar inutilizado física ou mentalmente é a humilhação de virar chacota com as piadas de mau gosto que sofremos da sociedade”, desabafou.
Nesse assalto, foram levados como reféns o gerente, um caixa, os três vigilanges, um policial e um popular que estava no banco. Martinho nos contou que dias depois de ter sido levado como refem, um dos vigilantes lhe disse revoltado que ouviu a seguinte frase de um ‘amigo’: “E aí… teus colegas voltaram para te buscar de novo?”
Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, se disse indignado com o tratamento dispensado pelos bancos aos funcionários e à sociedade em geral e preocupado com a falta de medidas para coibir essa falta de segurança generalizada. “E a falta de segurança é tão grande, que mesmo depois de toda essa violência a agência só ficou um dia sem funcionar. Será que o banco não pode parar, morra quem morra, adoeça quem adoeça; mesmo sendo um banco público, patrimônio do povo brasileiro e o maior da América Latina?”, questionou.
“Vamos intensificar a cobrança de providências ao Ministério Público do Trabalho e aos órgãos de segurança no Estado, para que chamem os bancos à responsabilidade, quanto à falta de segurança para bancários, clientes, usuários e a população em geral. Nós já demos a nossa contribuição, apontando sugestões de melhorias para a segurança bancária, inclusive com o monitoramento das agências à distância e em tempo real, dentre outras”, concluiu Marcos Henriques.