A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aceitou denúncias de práticas antissindicais contra o Santander e o Itaú Unibanco. As reclamações tinham sido apresentadas em setembro do ano passado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, com o apoio da Contraf-CUT, Fetec-CUT/SP e CUT.
“Os dois bancos privados descumpriram as diretrizes da OCDE para as empresas multinacionais por utilizarem práticas antissindicais para frear a greve dos bancários, durante o mês de setembro de 2009”, aponta o presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas Finanças, Carlos Cordeiro. “Um desses abusos foi o uso de brechas jurídicas, como o interdito proibitório, para impedir a presença de dirigentes sindicais nas unidades para mobilizar os trabalhadores”, destaca.
A aceitação das denúncias é o primeiro passo do processo. A próxima etapa será a convocação das partes para uma tentativa de conciliação. Qualquer que seja o resultado será apresentado sob forma de relatório na reunião mundial da OCDE, em novembro.
> Veja o relatório da OCDE aceitando a denúncia contra o Santander
> Leia o relatório da OCDE aceitando a denúncia contra o Itaú Unibanco
A OCDE é uma organização internacional com sede na França. Tem 31 países membros, todos de alta renda e altos Índices de Desenvolvimento Humano e que afirmam a economia de livre mercado. O Brasil não é integrante da organização, mas existe em Brasília um local denominado Ponto de Contato Nacional, para onde podem ser encaminhadas denúncias que tenham relação com empresas multinacionais que atuam no país.
> Veja a carta com a denúncia sobre o Itaú Unibanco
> Leia a carta com a denúncia sobre o Santander
“Embora não tenha nenhum efeito legal, passar por um processo como esse mancha o nome da empresa, uma vez que ele será divulgado mundialmente para trabalhadores, empresários e governos na reunião anual, que é tripartite. Isso alia as marcas Santander e Itaú Unibanco à ideia de desrespeito aos direitos dos trabalhadores”, destaca a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa.