O Globo
RIO – Diante da crise econômica, os fundos de pensão brasileiros – ávidos por negócios rentáveis – estão assumindo um papel estratégico para manter a economia aquecida. De acordo com reportagem de Gustavo Paul, publicada neste domingo no jornal O GLOBO, o potencial de novos investimentos desdobra-se de projetos de infraestrutura, passando pelo setor imobiliário e chegando à concessão de crédito para o setor privado, que viu a fonte secar com a crise.
De acordo com a reportagem, a Petros, dos funcionários da Petrobras, segundo maior do país, já soma R$ 5 bilhões em pedidos de negócios, incluindo, além do setor imobiliário, a área de crédito e de fundos de investimentos. A Funcef, da Caixa Econômica Federal, acumula R$ 2 bilhões em projetos ofertados por uma gama de interessados em parcerias, incluindo condomínios, hotéis e shoppings.
Segundo o superintendente da Área de Pesquisa do BNDES, Ernani Torres Filho, os fundos de pensão têm musculatura financeira semelhante à do banco e podem ajudar a dar sustentação a projetos de longo prazo no Brasil:
Os fundos têm olhar de longo prazo, recursos e vontade de investir.
Os 278 fundos de pensão no país somam uma carteira de investimentos próxima de R$ 415 bilhões. Só os três maiores – Previ, Petros e Funcef – têm quase a metade: R$ 189 bilhões. A maior parte dos recursos ainda é aplicada em renda fixa e títulos do governo, mais seguros, mas a tendência é elevar a aplicação em renda variável.