Número de invasão e arrombamento de agências preocupa bancários de Rondônia

Os sucessivos casos de invasão e arrombamento de agências bancárias, explosões de caixas eletrônicos e, principalmente, o roubo de armas de vigilantes registrados nos últimos meses, tem causado preocupação aos dirigentes do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (Seeb-RO), que acreditam que, embora sejam ações criminosas praticadas no período noturno (geralmente às madrugadas), quando não há a presença de funcionários, podem contribuir para futuras ações que colocarão em risco a integridade física e psicológica do trabalhador.

Só nos últimos três meses o noticiário policial de Rondônia apontou diversos casos em que bandidos conseguiram – ou tentaram – invadir agências bancárias e cooperativas de crédito, levando, além das quantias em dinheiro, o armamento dos vigias destas unidades.

Um bom exemplo disso é que em dezembro de 2017 a Caixa Econômica Federal no município de Candeias do Jamari foi arrombada e só em fevereiro deste ano já foram registrados a invasão à agência da Caixa da zona Leste, do Banco do Brasil na avenida Amazonas, do Banco da Amazônia da avenida Pinheiro Machado e, ontem, segunda-feira (26/2), do Bradesco da avenida Jorge Teixeira, situada ao lado do terminal rodoviário, todos os casos na capital. Isso sem mencionar a tentativa de invasão da agência do Sicoob em Itapoã do Oeste, a 110 quilômetros de Porto Velho, quando os criminosos chegaram a trocar tiros com a Polícia Militar.

"E ainda tem o caso da invasão da agência dos Correios da avenida Migrantes no início do mês, em que os criminosos conseguiram não apenas levar um cofre inteiro, mas ainda amarraram os vigilantes e, a exemplo dos casos ocorridos nas agências bancárias, levaram suas armas. Os casos de arrombamento e invasão de bancos nas madrugadas são uma questão de segurança pública, sabemos disso. Mas estas agências são o ambiente de trabalho dos bancários e os números recorrentes de invasões e arrombamentos, explosões de terminais de autoatendimento, quando chegam ao noticiário, mostram a todos – inclusive os criminosos – a fragilidade dos sistemas de segurança destas agências, o que desperta e estimula ainda mais o interesse dos malfeitores. E quando estes bandidos conseguem levar as armas dos vigilantes, eles se tornam um risco ainda maior para funcionários, clientes e usuários dos bancos, que lá na frente poderão vir a se tornar reféns nas mãos destes mesmos bandidos em casos de assalto e até mesmo de sequestro, como aconteceu com um gerente do Banco do Brasil de Candeias no ano passado. Por tudo isso estamos preocupados e exigimos do poder público uma maior atenção a estes casos e um maior investimento na segurança pública, que é um dever do Estado e um direito assegurado a todos os cidadãos", destacou o dirigente.

Bancos descumprem lei de vigilantes 24 horas por dia
As instituições financeiras continuam descumprindo a Lei nº 4.905, de 26 de junho de 2017, de autoria do deputado estadual Hermínio Coelho (PDT), que determina que os bancos com sede no Estado de Rondônia devem manter vigilância armada 24 horas por dia nas agências – inclusive nos finais de semana e feriados – sob pena de multa diária no valor de 5 mil UPF (o valor da Unidade Padrão Fiscal, em Rondônia, é de R$ 65,21) caso haja descumprimento e, em caso de reincidência, cobrada em dobro.

As agências bancárias tinham 90 dias, a partir da publicação da lei (26 de junho) para se adequar às exigências nela contidas. Só que esse prazo expirou em 23 de setembro, ou seja, um desrespeito à lei que já dura meses e só estimula a audácia dos criminosos.

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