No que depender dos trabalhadores do CSO e do CSL – Centros de Suporte Operacional e Logístico do Banco do Brasil, a reestruturação anunciada pelo banco não vai vingar. Na quinta-feira, dia 27, eles realizaram o quarto ato de protesto contra as mudanças, que preveem a transferência para Belo Horizonte dos principais serviços realizados por estes dois setores no Recife.
Desde que a reestruturação foi anunciada, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco tem atuado em várias frentes: reuniões com os bancos, contato com parlamentares e atividades de protesto. Na quarta-feira, dia 26, uma nota publicada no caderno de Economia da Folha de Pernambuco mostra que o governador Eduardo Campos não está alheio ao assunto.
Diz a nota: “O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ainda não desistiu de impedir a transferência do serviço de concessão de financiamentos do Banco do Brasil do Recife para Minas Gerais. Após ser oficialmente informado da mudança, o gestor enviou uma carta buscando mais informações e ofereceu contrapartidas. Agora, é aguardar o retorno da instituição”.
O ato de quinta-feira contou com grande participação dos funcionários dos dois prédios: CSO e CSL. Um grupo de Teatro fez uma performance com poema de Bertolt Brecht chamando atenção para os perigos da indiferença.
“Os bancários estão de parabéns. Mostraram, mais uma vez, que não estão passivos e que estão dispostos à luta. Nossa expectativa, agora ainda mais consistente, é de que nos próximos dias, o governador do estado nos receba para tratar de um assunto que é de interesse não apenas dos trabalhadores, mas da sociedade pernambucana”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix.
Na semana passada, em audiência pública realizada na Câmara dos Vereadores, os representantes do banco disseram, diante dos parlamentares e de todos os presentes, que não tinham acesso à informações nem justificativas para as mudanças. Vários parlamentares já intercederam junto ao banco que, no entanto, mantém o mesmo discurso: informações vagas e pouco convincentes. Confira abaixo um passo a passo das intervenções realizadas contra a reestruturação:
PASSO A PASSO DA LUTA
19 de outubro: O Sindicato se reuniu com o gerente da Gepes (Gerência de Pessoas), Miguel Arruda, e com os chefes do CSO e do CSL, Sílvio Tinoco e Carlos Leal, para discutir a reestruturação.
29 de outubro – Em reunião com o Sindicato, o senador Humberto Costa assumiu o compromisso de entrar na luta em favor dos funcionários do BB. No mesmo dia, o Sindicato enviou o primeiro ofício ao governador solicitando audiência.
30 de outubro – Sindicato se reuniu com a Diretoria de Negócios Operacionais (Dinop) do Banco do Brasil, em Brasília, e obteve o compromisso de ser ouvido durante o processo; Sindicato apresenta denúncia contra o BB à Superintendência Regional do Trabalho (SRT).
31 de outubro – Reunião com a Gerência de Pessoas do BB, Superintendência Regional e chefes do CSO e CSL. No mesmo dia, o Sindicato se reuniu com os funcionários do CSO e, no dia seguinte, com o pessoal do CSL.
5 de novembro – Reunião com o superintendente do BB, Júnior Pordeus.
13 de novembro – O Sindicato e a Contraf-CUT voltam a se reunir com a direção nacional do Banco do Brasil para discutir a reestruturação.
14 de novembro – Reunião com os funcionários do CSO e CSL na sede do Sindicato.
20 de novembro – Reunião de mediação entre o Sindicato com o BB na Superintendência Regional do Trabalho.
21 de novembro – Envio do segundo ofício ao governo do Estado e solicitação de reunião com os senadores Armando Monteiro e Jarbas Vasconcelos, a deputada estadual Teresa Leitão e o vereador Jurandir Liberal.
22 de novembro – Reunião com deputado Fernando Ferro e contato com o deputado João Paulo. Nova assembleia com os bancários e presença do deputado federal Fernando Ferro, do vereador Jurandir Liberal e do assessor da deputada estadual Teresa Leitão. Formação de Grupo de Trabalho para organizar a luta.
26 de novembro – Deputado federal Paulo Ruben Santiago se pronuncia sobre o assunto nas redes sociais
27 de novembro – O assunto invade a mídia, com nota em coluna da Folha de Pernambuco. Invade também o parlamento com pronunciamentos do deputado federal Gonzaga, na Câmara dos Deputados e do deputado estadual Betinho Gomes, na Assembleia Legislativa. Senador Humberto Costa se reúne com a Dinop, do BB. Grupo de Trabalho se reúne para organizar mobilização
28 de novembro – Ato de protesto nos prédios do CSO e CSL, com paralisação de uma hora e boa repercussão na mídia; pronunciamento da deputada estadual Teresa Leitão, na Assembleia Legislativa
6 de dezembro – Segundo ato de protesto no CSO e CSL
13 de dezembro – Terceiro ato de protesto no CSO e CSL
19 de dezembro – Audiência pública sobre o assunto na Câmara dos Vereadores do Recife; reunião dos deputados federais Fernando Ferro e João Paulo com a diretoria do Banco do Brasil, em Brasília
27 de dezembro – Quarto ato de protesto no CSO e CSL
