(São Paulo) Não bastasse a falta de diálogo com os trabalhadores, a Nossa Caixa agora armou uma confusão com a PLR dos bancários, que foi creditada nesta quinta-feira, dia 22. “Tem gerente recebendo R$ 300 e caixas ganhando R$ 800. As pessoas não entendem e o banco ajuda, não explicando”, lembra o diretor da Fetec-CUT/SP Elias Maalouf.
Segundo o diretor, que questionou o departamento de gestão de pessoas, os bancários devem ficar atentos a alguns pontos: o que foi creditado nesta quinta é a diferença da regra básica da PLR, paga em outubro (80% do salário mais R$ 828). Este resíduo é de 6%. E as horas extras também devem ser calculadas, pois todo bancário tem o direito de receber participação sobre estas horas.
Para calcular o quanto de horas extras você deverá receber, basta fazer uma média, calculando as horas ininterruptas de julho a dezembro, somar ao salário de dezembro, aplicar a regra de calculo de PLR e subtrair daquilo que recebeu de dezembro.
“Isso explica o porque um auxiliar está ganhando mais que um gerente. Pois estes últimos não recebem hora extra. O correto é que todo trabalhador deve receber hora extra, independentemente do cargo. Ninguém pode trabalhar de graça”, lembra Elias.
Já o bancário que ocupou cargo substituindo outro profissional ocasionalmente, não receberá nada. “Na verdade, neste caso, o bancário terá que devolver dinheiro. A informação veio do próprio banco, após questionarmos essa bagunça. É uma vergonha um banco com 15 mil funcionários não detectar quando é uma substituição ocasional ou permanente. Tem bancário que vai parcelar esta devolução. Isso é um absurdo, não dá para aceitar”, lembra Elias.
Quem é funcionário novo receberá a PLR proporcionalmente ao tempo de casa. Já a gratificação variável, ainda sem cálculo, tem de ser paga até o dia 15 de março.
“As informações são atiradas de qualquer maneira aos funcionários e eles que se virem para descobrir o que está certo ou errado. É essa postura que devemos combater. Se tivesse alguém no Corep com disposição de lutar pelos interesses dos trabalhadores, essa bagunça seria tratada de outra forma”, comenta a diretora do Sindicato Raquel Kacelnikas, que apóia o candidato Elias para a eleição do Corep no dia 27, terça-feira. “É inaceitável que gerentes e coordenadores do banco trabalhem de duas a cinco horas para receber as contas do Estado e que no final não sejam reconhecidos com o pagamento da PLR sobre as horas extras”, lembra.
Adicional
Raquel e Elias também destacam que os bancários da Nossa Caixa devem cobrar da direção o pagamento do valor adicional à PLR. O Sindicato aguarda posição do banco para que haja negociação, após o primeiro encontro que aconteceu na quarta-feira, dia 21. “Os funcionários têm de ser valorizados. Precisamos dar um basta nesta falta de compromisso. Todo o trabalho que dependia do bancário obteve crescimento”, afirma Raquel.
Fonte: Ricardo Negrão – Seeb SP