Presidente do Sindicato, Almir Aguiar, protesta contra terceirização
Protestos de rua e paralisações de várias categorias em todo o país marcaram o Dia Nacional de Mobilizações e Paralisações, nesta sexta-feira (30), pelo arquivamento do projeto de lei 4330 (PL 4330). O PL acaba com qualquer limite para as terceirizações. Os bancários paralisaram agências e prédios administrativos em todo o país. No Rio de Janeiro foram 72 unidades, na Avenida Rio Branco e ruas adjacentes, até o meio-dia.
A paralisação ocorreu durante todo o expediente apenas no prédio do Bradesco Pio X, em função das demissões no Corporate, que funciona no prédio. Em negociação com o Sindicato o banco havia se comprometido a não promover dispensas no setor, e a transferir todos os funcionários para outras unidades. Mas não cumpriu o acordo. Foram duas demissões. Uma das demitidas sofreu em consequência, um infarto, no dia 25 de agosto e está internada desde então, em estado grave.
“Este é o resultado do descaso do banco com a vida dos bancários. Exigimos respeito e o cumprimento do acordo de reaproveitamento de todos do Corporante em outras unidades”, cobrou o presidente do Sindicato, Almir Aguiar.
Adesão total
Almir chamou a atenção para a adesão total dos bancários à paralisação, o que mostra o seu repúdio ao PL 4330. Lembrou que a categoria vem sendo atingida pelas terceirizações, mas que pode ser extinta caso seja aprovado o projeto.
“Por isto mesmo é necessário nos somarmos a todas as demais categorias que estão em luta contra esta proposta que só serve para enriquecer ainda mais os bancos e os outros patrões”, afirmou. Segundo Almir, a paralisação esquentou ainda mais, também, a campanha salarial, cujo crescimento deverá fazer com que os banqueiros avancem nas negociações.
Ato na Central do Brasil
O Sindicato dos Bancários e sindicatos de outras categorias participaram de um ato unificado na Central do Brasil, convocado pela CUT e demais centrais, contra o PL. O presidente da CUT/RJ, Darby Igayara, denunciou o projeto 4330 como uma verdadeira reforma trabalhista que vai acabar com direitos históricos, como o 13º salário, férias e FGTS, bem como permitir a substituição de categorias inteiras, como a de bancários, petroleiros, servidores públicos, por empresas terceirizadas.
Lembrou que o PL 4330 está em análise na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) devendo ser votado no próximo dia 3. Caso seja aprovado vai direto para o Senado. É grande o interesse do patronato na aprovação, que só não aconteceu até agora em função das mobilizações dos trabalhadores, convocadas pelas centrais, que ocuparam a CCJC por diversas vezes.
Além deste Dia Nacional de Mobilizações e Paralisações está marcado um grande protesto nacional em Brasília, no dia 3 de setembro, quando se pretende ocupar o Congresso Nacional para impedir a aprovação do 4330.