A agência do Bradesco no bairro do Méier, zona norte do Rio, foi assaltada na manhã de sexta-feira e três trabalhadores foram mantidos como reféns por três horas. Os assaltantes estavam no hall eletrônico desde bem cedo. Já havia um vigilante na agência e, quando chegou o entregador de lanches com o farnel da manhã, os assaltantes renderam os dois e entraram na unidade pela porta de correr lateral, destinada à entrada de deficientes. O gerente chegou às 8h e foi rendido pelos assaltantes. O policial que fazia a ronda da região estranhou o movimento na agência e chamou reforço.
Quando os bandidos já estavam saindo com os malotes de dinheiro, chegou uma viatura da polícia e eles, assustados, tomaram os trabalhadores como reféns. A negociação começou e os assaltantes exigiam a presença da polícia e de um representante da OAB para libertar os reféns.
O primeiro a ser libertado foi o entregador do lanche. Em seguida, foram liberados o gerente e o vigilante. No final, os bandidos se renderam e foram presos, sem levar nada.
O Sindicato do Rio enviou diretores para garantir que a agência não fosse aberta e está pressionando o banco para emitir a CAT para os trabalhadores que ficaram em poder dos assaltantes.
Aparato policial
Os diretores do sindicato do Rio que foram ao Méier prestar assistência aos bancários se impressionaram com o tamanho do aparato policial usado na ação. Além de várias viaturas, o Batalhão de Operações Especiais – Bope – enviou ao local um ônibus com mais de 20 homens e até o temido blindado conhecido como Caveirão. O Bradesco, que costuma mobilizar a polícia para reprimir os sindicalistas durante as greves, parece ter grande influência sobre a PM também nas situações de ameaça ao patrimônio do banco.
Quem manda é o BOPE
Jornalistas que participavam da cobertura do assalto enfrentaram a truculência dos policiais do Bope. O comandante do batalhão do bairro já havia autorizado o trabalho da imprensa, mas os homens do Bope não permitiram o acesso dos repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, usando um cachorro para impedir a aproximação. Um cinegrafista do SBT foi agredido por um policial.
Assalto dia sim, dia não
Na última quarta-feira, foi assaltada uma agência do Unibanco a cerca de 50 metros da unidade do Bradesco. Os bandidos levaram apenas o dinheiro dos caixas e não houve feridos, nem reféns. O Sindicato dos Bancários está cobrando da direção do banco a emissão da CAT. Diretores que estiveram no local depois do assalto no Bradesco, na sexta-feira, constataram que os funcionários do Unibanco estavam muito apreensivos com a nova ocorrência em tão pouco tempo. A unidade não tem porta giratória.
Fonte: Feeb RJ/ES