Nenhum direito a menos, rumo à greve geral!

RESOLUÇÕES

A Direção Nacional da CUT, reunida na cidade de Guarulhos, SP, nos dias 18 e 19 de agosto, considerou com extrema preocupação o cenário político que se delineia para o próximo período, no qual as forças golpistas buscam implementar seu projeto de restauração neoliberal.

As medidas adotadas pelo governo ilegítimo de Temer visam o desmonte do Estado, a redução do investimento em políticas públicas fundamentais como a saúde e a educação, a privatização das empresas estatais, a entrega de nossas riquezas à exploração das empresas multinacionais, a retirada de direitos fundamentais da classe trabalhadora, o desemprego e o arrocho salarial.

Este cenário sombrio de retrocesso civilizatório, que põe em risco a democracia e a soberania nacional, que leva à precarização das condições de trabalho e de vida dos/as trabalhadores/as no campo e na cidade, coloca para a CUT o desafio de continuar fazendo a defesa incondicional dos direitos e interesses da classe trabalhadora e de continuar seu protagonismo na luta contra o golpe junto com as forças democrático-populares representadas pela FBP e pela FPSM.

Não assistiremos calados à redução do papel do Estado como indutor do desenvolvimento, da mesma forma como não aceitaremos o corte de recursos destinados às políticas públicas que têm como obrigação constitucional assegurar serviços essenciais à população brasileira. Rejeitamos igualmente a privatização que está sendo feita de serviços essenciais, como a saúde e a educação, da mesma maneira como lutaremos contra a entrega do Pré-Sal à rapina de petrolíferas internacionais.

A CUT nasceu nas lutas de resistência contra a ditadura e continuará nas ruas para resistir ao golpe, defender a democracia e o projeto de nação que queremos construir e deixar para as gerações futuras. Nas praças e ruas, continuaremos gritando: FORA TEMER!

Não aceitaremos a retirada de nenhum de nossos direitos trabalhistas e previdenciários e reafirmamos a bandeira de luta aprovada no 12º CONCUT: NENHUM DIREITO A MENOS! Em torno desta bandeira, mobilizaremos nossas bases rumo à greve geral.  Este é o momento de acumular forças, de evitar a dispersão e a fragmentação. É o momento de dialogar com as trabalhadoras e os trabalhadores do campo e da cidade, do serviço público e do setor privado. É necessário explicar cuidadosamente porque os direitos da classe trabalhadora estão ameaçados e envolvê-las/os na preparação da greve geral.  Nesta ação, a CUT buscará a unidade de ação com as demais Centrais Sindicais para a construção da greve geral, preservando sua autonomia na elaboração e divulgação de material próprio para mobilizar os/as trabalhadores/as. Da mesma forma, buscará o apoio dos movimentos populares (FBP e FPSM), fundamental para sensibilizar a população a favor da luta em defesa dos direitos.

Igualmente importante é a luta sem trégua que travaremos contra as demissões e o desemprego. Não aceitaremos que as/os trabalhadores/as “paguem o pato” pela crise econômica e pelas políticas recessivas de ajuste fiscal do governo ilegítimo.  A luta dos trabalhadores demitidos é a luta de toda a classe trabalhadora. Manifestações de rua, passeatas, assembleias, movimentos de solidariedade farão parte de uma agenda permanente da CUT em defesa do emprego.

É na luta que se explicitam as contradições da sociedade, revigoram-se os laços de solidariedade entre os/as trabalhadores/as, forjam-se as ideias e a consciência de classe, acalentam-se os sonhos e a esperança de dias melhores. Não recuaremos diante de ameaças, resistiremos ao golpe e aos ataques à democracia, aos direitos da classe trabalhadora e à soberania nacional.

PLANO DE LUTAS DA CUT PARA O SEGUNDO SEMESTRE de 2016

NÃO AO GOLPE!

FORA TEMER!

NENHUM DIREITO A MENOS! RUMO À GREVE GERAL!

 

LUTA CONTRA O GOLPE

 

  1. Manter a luta contra o golpe, como a prioridade da CUT.

 

  1. Organizar jornada de luta em Brasília, com foco em atos no dia 29 de agosto, em parceria com FBP e FPSM.     

 

2.1 – Atuar em conjunto com os movimentos populares em outras capitais, organizando manifestações de rua, vigílias em locais fechados ou em praças públicas (usar a criatividade, considerando as condições concretas de mobilização.

  2. 2 – Pressionar Senadores no Congresso e nas suas bases eleitorais.

 

  1. Continuar a discussão com a base sobre o golpe, mostrando de forma didática seu significado (quem são os golpistas, o que querem com o golpe, como a população será atingida, como a classe trabalhadora será atingida pelas políticas e medidas do governo ilegítimo: PL 257, PEC 241, negociado sobre o legislado, terceirização, flexibilização do contrato de trabalho, reforma da previdência, privatizações, fim das políticas de inclusão social voltadas para setores mais pobres da população, para mulheres, negros e para promoção dos direitos humanos, aumento do desemprego, a política de desenvolvimento agrário que põe em cheque a vida dos/as trabalhadores/as do campo e a segurança alimentar.

 

3. 1- Continuar a denúncia do golpe em fóruns internacionais e a mobilização popular, com foco na Jornada Continental   pela Democracia e contra o Neoliberalismo.

  3. 2- Intensificar a defesa dos bancos públicos e das estatais.

 3. 3– Realizar campanha pela auditora da dívida pública com o objetivo de explicitar a atual política  de ajuste fiscal.

        

FORA TEMER!  NÃO À PEC 241 – DIA NACIONAL DE PARALISAÇÃO RUMO À GREVE GERAL

 

  1. Continuar o processo de preparação da greve geral como principal instrumento para defender os direitos e combater o governo golpista, com indicativo de paralisação para a segunda quinzena de setembro (22/09).
  2. Ir esquentando os motores, através do trabalho de base: divulgar ameaças concretas aos direitos da classe trabalhadora (panfletagem), fazer consultas sobre disposição dos trabalhadores aderirem à greve (como já está sendo feito por algumas categorias e Estaduais da CUT), realizar assembleias nos sindicatos, plenárias por ramos.
  3. Fazer paralisações parciais para continuar esquentando os motores e preparando as bases para o embate.
  4. Unificar a luta e a preparação da greve geral através de campanha nacional pela defesa dos direitos: NENHUM DIREITO A MENOS!
  5. Articular a pressão no Congresso e sobre os parlamentares contra a retirada de direitos com a mobilização para a greve geral.
  6. Jogar peso nas campanhas salariais do segundo semestre, fazendo convergência para dia nacional de paralisação na segunda semana quinzena de setembro (22/09).
  7. Buscar a unidade com outras Centrais Sindicais, preservando a autonomia da CUT.
  8. Envolver os movimentos sociais, através da FBP e da FPSM, na mobilização rumo à greve geral, indo para as ruas e usando formas criativas de sensibilizar a população (ações culturais envolvendo artistas populares).
  9. Participar ativamente da construção da 2ª Conferência nacional da FBP (novembro)
  10. Aproveitar a discussão e mobilização das eleições municipais (Plataforma da CUT para as eleições 2016) para, junto com os movimentos sociais, fortalecer resistência ao governo golpista.
  11. Organizar caravanas nas regiões para fortalecer a resistência ao governo golpista.
  12. Desenvolver a campanha em defesa do Pré-Sal.
  13. A Secretaria Geral deve organizar grupo de dirigentes e assessores para coordenar a ação contra o golpe e de preparação da greve geral.

 

 DEFESA DO EMPREGO E AÇÃO CONTRA DEMISSÕES

 

       1 – Desenvolver ações em defesa do emprego em todas as categorias com ênfase nas regiões mais atingidas pelas demissões.

  1. – Organizar com os movimentos sociais e populares formas de defesa do emprego, como assembleias, manifestações de rua e pressão social.

 

CALENDÁRIO

Dia 29/08 – Ato contra o Golpe em Brasília.

Dia 07/09 – Participação da CUT no Grito dos Excluídos

Dia 14/09 – Reunião ampliada da DE

Dia 22/09 – Dia nacional de paralisação (“Esquenta Greve Geral”)

 

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