Há 120 anos um documento declarava livres todos os escravos do Brasil. A Lei Áurea, porém, não diminuiu a desigualdade social e, hoje, a situação de parte dos 90 milhões de afrodescendentes do país é lamentável. A conclusão é de pesquisadores e organizações defensoras das políticas afirmativas para os negros.
Segundo Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os negros continuam em desvantagem no mercado de trabalho. “Nós temos uma estrutura social que propicia ao negro uma inserção diferenciada, desvantajosa, em relação aos outros membros da sociedade. Ou seja, os fatores cor e raça conferem uma desigualdade a essas pessoas, que precisam sim de políticas que propiciem equidade nessa inserção”, disse o diretor em entrevista ao programa Revista Brasil da Rádio Nacional.
O diretor citou também que os negros têm um rendimento em média 50% a 70% inferior ao dos demais trabalhadores, na mesma ocupação. Ele ainda mencionou uma pesquisa realizada pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social feita com as 500 maiores empresas do Brasil. O resultado é que 3,5% dos cargos de chefia são ocupados por negros.
Luta dos bancários – O Sindicato luta há anos pela igualdade de oportunidades, dentre elas, a racial. Uma das antigas exigências da categoria é um mapeamento da diversidade dos trabalhadores, para implementar ações que promovam a igualdade de oportunidades nas instituições financeiras.
Parte da conquista foi alcançada, e a federação dos bancos já está aplicando um censo para a elaboração do mapa da diversidade. O Sindicato orienta que todos os bancários respondam ao censo, disponível até o dia 23 de maio no endereço www.febraban-diversidade.org.br.