Negocia‡Æo sobre o m¡nimo e a tabela do IR nÆo avan‡a

Vagner Freitas, durante a negociação em Brasília

(São Paulo) Terminou sem avanços a reunião entre as centrais sindicais e o governo federal para discutir o reajuste do salário mínimo e a correção na tabela do Imposto de Renda. Esta foi a segunda rodada de negociações, realizadas após a Marcha Nacional do Salário Mínimo, que tomou as ruas de Brasília no último dia 7.

 

Na negociação desta quinta-feira, dia 14, os representantes dos trabalhadores reafirmaram a reivindicação de corrigir a tabela do IR em 7,7% e aumentar o mínimo para R$ 420.

 

“O problema é que há um outro ator dialogando nessa negociação que é o parlamento. Ontem (dia13) a Câmara dos Deputados aprovou à surdina uma correção de 3% para a tabela do IR. Anteontem, a Comissão de Orçamento aprovou o relatório setorial que fixa o salário mínimo para o próximo ano em R$ 375. Isso é um absurdo, porque o movimento sindical está em plena negociação com o governo e o parlamento nos atravessa aprovando propostas que não atendem as reivindicações dos trabalhadores”, disse Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT e diretor da CUT. Ele participou da reunião com os ministros hoje, representando os sindicatos cutistas.

 

Vagner lembra que, enquanto os parlamentares votam por um reajuste menor do mínimo e uma correção pífia da tabela do IR, no mesmo dia, líderes partidários da Câmara e do Senado fecham um acordo para praticamente dobrar os salários de deputados e senadores: dos atuais R$ 12,8 mil para R$ 24,5 mil.

 

“Os integrantes do Ministério Público também querem elevar seus já altos rendimentos. Mas quando se trata de aumentar os ganhos dos trabalhadores, todos argumentam sobre os impactos nas contas da União. E o reajuste dos parlamentares e dos promotores, não causa impacto? Para a CUT, a destinação do orçamento da União deve privilegiar o fomento da economia, como ocorre com o aumento do mínimo e a correção da tabela do IR. Dobrar salários de deputados e senadores nunca contribui para o desenvolvimento do país, ao contrário, só traz impactos negativos”, explica Vagner.

 

Para o presidente da Contraf-CUT, as reivindicações dos trabalhadores para o salário mínimo e a tabela do IR devem ser negociadas diretamente com o governo, sem a interferência do Congresso Nacional. “A falta de avanço nas negociações de hoje mostra claramente o descompasso entre o governo e o parlamento. Depois que acertarmos os números com o Executivo é que o Legislativo deve se manifestar, aprovando ou não aquilo que foi negociado”, finalizou Vagner Freitas.

 

Nova rodada de negociações ficou marcada para a próxima terça-feira, dia 19, às 20h, em Brasília.

 

Além de Vagner Fritas, representaram os trabalhadores da CUT na reunião o presidente da Central, Artur Henrique, o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijoó, a vice-presidente da CUT, Carmen Helena Ferreira Foro, o secretário-geral, Quintino Marques Severo, e as diretoras Valéria Conceição da Silva e Rosane da Silva. Pelo governo, participaram da negociação os ministros Luiz Marinho (Trabalho) e Nelson Machado (Previdência Social).

 

Fonte: Contraf-CUT

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