O centro de Curitiba tornou-se um mar feminista. Mais de 2 mil mulheres reunidas fizeram uma grande mobilização que durou toda a manhã de quinta-feira (8) em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. A passeata contou com falas de lideranças dos movimentos e atos que envolveram diversos setores dos movimentos sociais.
“Este é um dia de luta, muita luta. Lutamos pela igualdade. Não é possível que ainda tenhamos tanta desigualdade e violência contra a mulher. A cada cinco segundos uma mulher sofre algum tipo de violência e os salários, nos mesmos cargos, ainda são 30% menores. Impossível compactuar com este tipo de situação”, enfatiza a secretária da mulher trabalhadora da CUT-PR, Regina Cruz, que também é coordenadora estadual da Marcha Mundial das Mulheres, presente em mais de 176 países.
A passeata saiu da praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, onde ocorreu a concentração. De lá, as mulheres seguiram pela rua Marechal Dedoro, passando pela Marechal Floriano até chegarem a Rua XV e na Boca Maldita, onde ocorreu a concentração final. Para quem passava por estes locais a imagem era um mar feminino que tomava mais de quatro quarteirões de distância.
Na pauta de destaques do movimento: a igualdade no mundo do trabalho, a participação da mulher na política e poder, pelo fim da escravidão moderna com a convenção 189 da OIT sobre as empregadas domésticas, saúde da mulher e direitos sexuais e reprodutivos, fim do preconceito contra raças e etnias, o veto ao novo código florestal e o fim do uso de agrotóxicos na agricultura.
“Curitiba, tida como uma cidade modelo, é a sexta cidade do Brasil com maior número de violência contra as mulheres. São muitas envolvendo mulheres e jovens. Isso é inadmissível”, completa Regina.
Essa foi a 11ª Marcha das Mulheres realizadas no dia 8 de Março, em Curitiba. A primeira ocorreu em 2001. “O movimento vai crescendo ano após ano, afinal, cada vez mais as mulheres conquistam poder de ter sua voz ouvida. Contudo, no campo prático, ainda é preciso avançar em muitos outros pontos”, completou Regina.
Além da CUT-PR e da Marcha Mundial das Mulheres, também participaram do ato a APP Sindicato e o MST, entre outras entidades.