Trabalhadoras de diversas categorias de entidades filiadas à CUT no estado de São Paulo realizaram, nesta semana, uma caravana ao Acampamento Lula Livre, em Curitiba (PR), para fortalecer a luta e a resistência contra a prisão política do ex-presidente Lula.
O Acampamento Lula Livre existe desde o dia 7 de abril, quando Lula foi detido pela Polícia Federal mesmo sem provas sobre sua participação em algum crime. Diariamente, os participantes do acampamento realizam ações denunciando a prisão política e fazem o tradicional ‘bom dia, presidente’, que o próprio Lula confirmou ouvir e afirmar que responde.
O local, que agora fica mais próximo da Superintendência da PF, se tornou o símbolo de luta que tem mobilizado pessoas de todo o mundo contra a prisão ilegal do ex-presidente. Formada por movimentos sociais e sindical, a vigília tem recebido a visita de diversas personalidades do campo político, jurídico, religioso e artístico, como o senador e ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, o teólogo Leonardo Boff e a apresentadora Bela Gil. No entanto, com frequência, a militância acampada é alvo de ataques violentos –inclusive com o uso de armas de fogo-, de pessoas que não respeitam os mecanismos democráticos e apoiam a arbitrariedade contra Lula.
“A atividade foi permeada por debaets políticos ressaltando todos os avanços que as mulheres tiveram no governo Lula e todos os desmonte que estão acontecendo desde o golpe”, explicou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Contraf-CUT.
Já em Curitiba, foi lançada a “Plataforma das Mulheres da CUT para as Eleições deste ano”. O documento serve como guia para o debate com as “candidaturas comprometidas com as políticas públicas para as mulheres”.
A plataforma, que será entregue para o ex-presidente Lula, contém quatro eixos centrais, que são: igualdade e não discriminação no trabalho, violência contra a mulher, política de cuidado e responsabilidades domésticas e direitos sexuais reprodutivos. O documento é uma contribuição à Plataforma da CUT à classe trabalhadora para as candidaturas de 2018.
A Caravana escreveu uma carta ao ex-presidente, que foi respondida prontamente pelo presidente. Na carta, as mulheres apontam Lula como o melhor presidente que o Brasil já teve. "Este projeto de governo liderado por você foi responsável pela maior inclusão social e distribuição de renda já vistos neste país e, lamentavelmente, está sendo destruído pelos golpistas", afirmam as mulheres, citando avanços como a criação de ministérios e a aprovação da Lei Maria da Penha, em 2006, durante governo do ex-presidente.
Para Elaine Cutis, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a missão da caravana foi cumprida. “Viemos trazer esperança para ele, mas ele que nos fortaleceu em nossa luta. Seremos incansáveis em defesa da democracia e da justiça”, disse.
Leia a íntegra da carta do ex-presidente:
“Queridas companheiras, muito obrigado pela solidariedade. Certamente essa carta me faz o preso mais feliz do mundo. Afinal, qual preso político pode sair da prisão pelas mãos das mulheres. Beijos e abraços. A luta continua! Lula”, disse ele, em resposta a uma carta enviada pela caravana de mulheres e pelo movimento sindical negro de São Paulo na noite anterior, no Dia Internacional da Mulher Negra Latina e Caribenha.