Mesa de abertura contou com a presença da ministra Eleonora Menicucci
Foi aberto nesta sexta-feira (27) o 8º Encontro Nacional das Mulheres da CUT, em Brasília, sob o tema “Trabalhadoras em Luta por Igualdade, Liberdade e Autonomia”. O evento vai até este domingo (29).
A atividade reúne cerca de 600 lideranças sindicais CUTistas de 23 estados da federação e de 15 ramos de atividade econômica do País, que durante os três dias irão debater questões como políticas públicas e o papel do Estado para as trabalhadoras da cidade, do campo, da floresta e das águas.
Segundo Rosane Silva, secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, que coordenou a mesa de abertura, o objetivo do Encontro é estabelecer estratégias e ações a serem incorporadas nas pautas e lutas prioritárias da CUT, a aplicação da paridade de gênero nas instâncias da Central e o fortalecimento, organização e mobilização das mulheres para avanços e ampliação de direitos.
A abertura contou com a presença da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Eleonora Menicucci, que falou em nome da presidenta Dilma Rousseff.
O presidente nacional da CUT Vagner Freitas, a salvadorenha Amanda Villatoro , secretária de Política Sindical da CSA – Confederação dos Trabalhadores e das Trabalhadores das Américas, a secretária nacional de Mulheres do Partido dos Trabalhadores, Laysi Morieri, também compuseram a mesa, além de Carmen Foro, vice-presidenta da CUT, Luci Paulino e Sandra Cabral, ex-coordenadoras da CNM/CUT – Coordenação Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, pasta que precedeu a atual secretaria de mulheres da CUT.
Mulheres da Executiva Nacional da CUT, representantes de movimentos sociais e internacionais também estiveram presentes, como a União Brasileira de Mulheres, Marcha Mundial das Mulheres, Comitê de Mulheres Sindicalizadas da União Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Angola, além de parceiros do movimento sindical, como a Fundação Friedrich Ebert (FES). Também está presente a secretária de mulheres da Contraf-CUT, Deise Recoaro.
Para a representante da CSA, Amanda Villatoro, a temática abordada no encontro está presente na agenda sindical latino-americana e de outros países do mundo. Questões como a diferença salarial entre homens e mulheres, segundo a dirigente, necessitam ser superadas com urgência, mas, só poderão sê-las, se esta luta continuar a ser cotidiana na vida de homens e mulheres. Amanda também chama a atenção para os direitos reprodutivos e a violência de gênero, questões que atingem mulheres não só dos países das Américas, mas em todo o mundo.
A ministra Eleonora Menicucci, durante sua fala, emocionou-se ao falar que descobriu o feminismo quando descobriu a tortura. Durante os anos de chumbo no Brasil, a ministra foi torturada e sua família foi vítima de violência brutal.
“Como posso não apoiar, não aceitar o convite de participar do governo de uma pessoa que, como eu, foi torturada simplesmente porque lutava por democracia? Uma pessoa que só queria, e quer, um mundo melhor? E o que ela tenta fazer hoje é justamente preservar esta democracia”, disse a ministra ao falar da presidenta Dilma.
Em defesa da democracia
“Nossa defesa é pela democracia e a CUT é um instrumento da classe trabalhadora para fazer esta defesa”, disse Vagner Freitas ao se referir aos protestos contra a presidenta Dilma ocorridos recentemente no País.
O presidente da CUT destacou a forma como a grande imprensa tem abordado a conjuntura atual, sem imparcialidade, omitindo os acertos do governo e exaltando ações da direita conservadora. “Trata-se de uma direita organizada que tem o apoio da mídia. De uma tentativa orquestrada de destruir um projeto democrático-popular e, sem dúvidas, isso representa um retrocesso em relação às conquistas que a sociedade obteve nos últimos doze anos, especialmente os mais pobres. É um ataque à democracia”, disse.
Vagner sublinha que há insatisfação diante de algumas medidas que o governo quer adotar e que isso se reflete na classe trabalhadora. Destaca a importância de diálogo entre governo, centrais sindicais e movimentos sociais.
“Impedir esta tentativa de golpe da direita conservadora é impedir o desemprego, a inflação, a recessão. É importante que o governo nos chame para conversar para pensarmos juntos alternativas para que nosso País continue na trilha do desenvolvimento, sem retrocessos. O governo precisa passar para as pessoas o compromisso com o futuro, ou seja, como será o Brasil pelo menos daqui a 3 anos. Não podemos permitir que mexam nos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Se o governo precisa fazer algum ajuste fiscal, que taxe as grandes fortunas e não o trabalhador”, afirmou.
O dirigente presidente da CUT também divulgou no Encontro o calendário de lutas da Central, e conclamou às mulheres presentes a mobilizarem suas bases e a tomarem as ruas por democracia e contra o golpe:
31/03 – Plenária Nacional realizada pela CUT e movimentos sociais, na Quadra dos Bancários, em São Paulo;
Dia 2/04 – Devolve Gilmar! Contra o financiamento empresarial de campanha
Dia 7/04 – Ocupação do Congresso Nacional, a partir das 10h, para impedir a aprovação do PL 4330, da Terceirização
Dia 26/04 – O Povo não é bobo, abaixo a Rede Globo
Dia 1º de maio, Dia do Trabalhador – eventos no Brasil inteiro em defesa dos direitos da classe trabalhadora, contra o retrocesso.