Muita conversa e poucos avanços na negociação específica com BRDE

Muita conversa e poucos avanços. Foi com esse sentimento que os dirigentes dos Sindicatos de Bancários de Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba e os delegados sindicais do BRDE saíram da mesa de negociação realizada na segunda-feira, dia 22, que durou quase quatro horas, no centro da capital gaúcha.

Vários argumentos foram levantados por parte do banco para justificar a impossibilidade de atender ao pleito dos funcionários em relação aos 20 itens da pauta específica apresentada.

Clique aqui para ler a ata de negociação.

“Não é possível que o banco se negue em dar isonomia de tratamento aos seus trabalhadores. Queremos igualdade de condições entre os funcionários mais antigos (RP I) e os mais novos (RP II). Para isso é necessário abrirmos um processo de discussão de um novo Plano de Cargos e Salários que corrija as distorções” avalia o diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Junior Cesar Dias.

“Vários pontos da pauta específica dizem respeito às diferenças de tratamento dada aos funcionários do RP I e o RP II. Para não criarmos um clima de animosidade entre trabalhadores antigos e novos precisamos de mais celeridade nos processos de resolução dos problemas. Também é necessário para que não se crie um passivo trabalhista monstruoso”, afirma Fábio Burkard, diretor do Sindicato dos Bancários de Florianópolis e funcionário do BRDE.

“A prioridade número um dos trabalhadores do BRDE é conquistar a manutenção do Plano Odontológico para todos na aposentadoria, bem como o Plano de Saúde para os aposentados no RP II. Não é possível que quando a pessoa mais precisa de um plano médico e/ou odontológico, que é na sua velhice, não possa ter dignidade para tratar da sua saúde física ou bucal”, afirma Paulo Stekel, diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e da Contraf-CUT.

“Queremos igualdade de tratamento, se o banco já paga assistência médica aqueles que se aposentam no RP I, não há nenhum empecilho para não fazer isso a todos. Vamos organizar os trabalhadores do banco para buscarem seus direitos”, destaca.

Retomar a mobilização

A avaliação dos dirigentes sindicais é de que é preciso resgatar o processo de mobilização no BRDE. No processo de ameaça de liquidação do banco, que aconteceu entre 1989 e 1992, por pressão dos funcionários foi possível não só recuperar o banco, bem como outras várias conquistas importantes, como a jornada de 6 horas, uma vez que naquela época os funcionários do BRDE trabalhavam 8 horas; e o tíquete-alimentação que não tinha na ocasião.

Outra conquista importante obtida em 2008 foi a possibilidade da permanência como funcionário do banco após a aposentadoria pela Previdência Social.

Além disso, muitas defesas do BRDE envolveram os funcionários. Na época do governo Rigotto houve tentativa de utilizar recursos do banco, na brecha da distribuição dos juros sobre o capital próprio. Os sindicatos mobilizaram trabalhadores e deputados e brecaram essa jogada predatória do patrimônio da instituição.

“É necessário defendermos sempre os nossos direitos, bem como o banco enquanto agente público para expandirmos linhas de crédito na produção, que é esse o papel que compreendemos ter o BRDE”, ressalta Stekel.

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