O procurador-geral do Ministério Público do Trabalho, Otávio Brito Lopes, volta a reunir nesta segunda-feira, dia 9, às 14h, representantes da Contraf-CUT, Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV) e Febraban para continuar o debate acerca dos problemas de insegurança no transporte de valores, em Brasília.
A mediação foi proposta pela CNTV, diante da ocorrência de mortes, feridos e traumatizados no abastecimento de caixas eletrônicos. A primeira reunião entre as partes ocorreu no dia 13 de outubro.
Novos documentos foram protocolados pelos bancários e vigilantes no MPT, no dia 28 de outubro. Um deles reforça as denúncias de precariedade nas operações de embarque e desembarque de valores, principalmente em estabelecimentos bancários. Foi apontado que várias agências operam de forma insegura, pois os carros fortes estacionam na parte frontal e o dinheiro transita pelas calçadas, autoatendimento e espaço interno das unidades.
“Queremos procedimentos que garantam proteção à vida, eliminação de riscos e segurança para trabalhadores, clientes e população”, destaca o o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
As entidades propõem garagens específicas para a entrada dos carros fortes nas agências. “Defendemos acessos apropriados, exclusivos e com melhores condições de segurança para vigilantes, bancários e a população em geral”, aponta o presidente da CNTV, José Boaventua dos Santos. Algumas agências possuem essa garagem ou têm entradas nos fundos, mas viraram espaços para guarda de veículos de gerentes e até são utilizadas para estacionamento particular e pago.
Proibição ao transporte de dinheiro por bancários
Outro documento, apresentado pela Contraf-CUT, denuncia a prática de várias agências, especialmente no interior dos estados, que utilizam bancários para a tarefa de transportar numerário para abastecer os postos de atendimento.
“Trata-se de um procedimento irresponsável, perigoso e ilegal, sendo que vários bancos já foram condenados pela Justiça ao pagamento de indenizações para a família de bancários assassinados fazendo transporte de valores”, destaca Ademir. “Essa atividade deve ser feita através de empresas especializadas em segurança”, reitera.
Essa prática já resultou na aplicação de multas contra vários bancos nas reuniões da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), coordenada pelo Departamento de Polícia Federal. Segundo levantamento da Contraf-CUT, um total de 109 processos foi apreciado nos últimos cinco anos. “Acreditamos que o número de infrações seria muito maior, se houvesse um procedimento uniforme e cotidiano de fiscalização em todo país”, salienta Ademir. “Queremos a proibição do transporte de valores por bancários”.