O Ministério Público Federal (MPF) divulgou, nesta quinta-feira (27), que denunciou três empresários e um diretor de uma instituição financeira, investigados pela Operação Gizé, realizada em 2012. A ação da Polícia Federal (PF) teve como objetivo combater crimes financeiros contra a administração pública, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. A denúncia foi entregue à Justiça Federal, em Belo Horizonte, no último dia 18.
De acordo com o MPF, dois empresários e o diretor poderão responder pelos crimes de organização criminosa, operação ilegal de instituição financeira e lavagem de dinheiro. O outro responsável pela empresa foi denunciado, ainda, pelo crime de corrupção ativa. Se condenados, eles podem pegar penas que, somadas, chegam de 5 a 17 anos de prisão.
O grupo, sediado em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, atuou na maioria dos estados brasileiros. O MPF estima que o prejuízo tenha sido de mais de R$ 50 milhões.
Entre 2008 e 2012, segundo o Ministério Público Federal, os denunciados operaram clandestinamente uma instituição financeira, atuando na captação, intermediação e aplicação de recursos de terceiros, e também na administração de seguros, sem qualquer autorização dos órgãos competentes.
Na denúncia, consta que o grupo “operou verdadeiro esquema de pirâmide financeira, em prejuízo de seus clientes e do sistema financeiro nacional”.
O MPF informou ainda que o empresário que também foi denunciado por corrupção ativa teria prometido vantagem indevida a funcionários públicos do quartel da Aeronáutica, em Lagoa Santa, para a obtenção de contracheques de militares da corporação. Estes servidores serão investigados pelo Ministério Público Militar.
Dois ex-gerentes da Caixa Econômica Federal também foram denunciados, mas não por crimes ligados à instituição financeira. Eles são acusados de estelionato contra o banco, e o possível envolvimento com o grupo continua sendo apurado.