“Momento é de intensificar a coleta do abaixo-assinado”, diz Vagner Freitas

Nos dias 28 e 29 de maio, a CUT em conjunto com as centrais sindicais fará uma série de mobilizações para marcar a entrega das assinaturas do abaixo-assinado pela Redução da Jornada, sem Redução de Salário. Desde o lançamento, em janeiro, grandes coletas ocorreram em todo o país. Ao longo deste período foram feitos atos conjuntos em todas as regiões, envolvendo as CUTs estaduais, Confederações, Federações e Ramos. O primeiro ato de rua da campanha foi realizado unitariamente pelas centrais sindicais no dia 11 de fevereiro, em todas as regiões do país.

Qual é a sua avaliação sobre a campanha da Redução da Jornada, sem Redução de Salário, que entra agora na reta final?
Estamos em um momento importante da nossa campanha, que é a coleta de assinaturas. O abaixo-assinado será entregue ao Congresso no dia 29 de maio – data em que realizaremos o Dia Nacional de Mobilização. Nossas bases, que são os sindicatos, federações e confederações, devem intensificar esse trabalho para que alcancemos nossa meta de 1 milhão de assinaturas. A CUT havia sinalizado o dia 16 de maio como data limite, mas as listas enviadas após esta data serão incluídas. Além disso, estamos organizando uma série de atividades para o 28 de maio, que contará com paralisações e manifestações construídas conjuntamente com as demais centrais sindicais em cada capital do país. Nós orientaremos os sindicatos da CUT que atrasem a abertura dos trabalhos onde for possível. Também estamos discutindo a construção de uma grande mobilização em São Paulo. Na capital paulista estamos trabalhando a construção de vários atos organizados por diferentes ramos, com uma manifestação unificada na região central.

E a ação sobre o Congresso Nacional?
No dia 29, o documento pela redução da jornada será entregue oficialmente ao Congresso pela CUT e as demais centrais. Neste dia deveremos realizar uma atividade no Salão Negro, em Brasília, às 10 horas, para a entrega formal do abaixo-assinado ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT/SP) e do Congresso, Garibaldi Alves (PMDB-RN) além dos senadores Paulo Paim (PT/RS) e Inácio Arruda (PcdoB/CE) – proponentes da PEC nº 497/06- e às demais lideranças políticas.

Quem vai participar?
Nossa idéia é fazer uma ocupação pacífica com a presença de sindicalistas, lideranças de ramos e artistas – com a intenção de tornar a atividade aberta para a sociedade. Após a entrega do documento, será realizada uma coletiva de imprensa na qual os presidentes das centrais vão falar sobre a importância da redução da jornada de trabalho. O objetivo é transformar a atividade em uma pauta da sociedade e não só do movimento sindical, rompendo assim o cerco montado pela mídia.

Qual o impacto social desta campanha na vida do trabalhador?
A Redução da Jornada, sem Redução de Salário é uma bandeira histórica da CUT e que ultrapassa sua ação sindical, porque ela trata também de uma mudança de comportamento. Acreditamos que o trabalho é extremamente importante na vida das pessoas, assim como a convivência com a família e os amigos. Com a redução da jornada, além do direito ao lazer, os trabalhadores teriam direito à qualificação e educação. Por isso, essa proposta tem muito a ver com qualidade de vida. Exemplo disso é a jornada das mulheres. Se analisarmos essa realidade, veremos que ela é completamente diferente da masculina, porque engloba o papel de mãe e dona de casa. Esta campanha dialoga com a da paternidade responsável, também desenvolvida pela CUT. Para nós, a redução da jornada tem um impacto que vai além da geração de empregos e traz consigo melhor qualidade de vida.

Qual é o papel dos sindicatos nesta ação?
O fundamental nesse momento é a coleta de assinaturas nas bases da CUT. Precisamos intensificar nossa coleta para que nossa pressão seja intensificada no dia 29. É importante que nossos sindicatos se organizem nesse sentido. Nós criamos a CUT para que ela seja um instrumento importante de mudança da sociedade brasileira. O trabalho não pode escravizar, ele tem que estar a serviço da sociedade. Não se pode ter essa concepção conservadora de que o trabalho enobrece o homem. Isso é verdade desde que tenha salário justo e jornada decente. Caso contrário, ele escraviza o homem e atende somente os interesses da capital. Nossa luta é por uma sociedade justa, decente e feliz.

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