As atividades de mobilização contra o PLS 555 realizadas no Senado durante toda a terça-feira (1) prosseguem nesta quarta-feira (2), quando o projeto pode ser votado. “Assim como somos contra o PL da terceirização, somos contra o PLS 555, que – na pratica – significa fragilizar o papel de empresa pública e facilitará projetos de privatização. Queremos barrar esse projeto e discutir o papel dos bancos públicos. A sociedade espera que exerçam seu verdadeiro papel de fomento, de oferecer crédito imobiliário, para a agricultura e outras linhas em geral, e com taxas de juros mais baixas. A prioridade da sociedade é medidas que combatam os efeitos das crises mundial e nacional, que garantam empregos”, afirmou Ernesto Izumi, secretário de Formação da Contraf-CUT, que representou a entidade no ato.
Para a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Maria Rita Serrano, a terça-feira foi muito produtivo, o ato foi prestigiado e conquistou mais um dia de batalha. “Vamos para lá que essa bandeira é de todos, depois continuamos nossa saga nos gabinetes e na sessão do Senado, já que não temos nenhuma notícia confirmada de adiamento da votação do PLS 555.”
A terça-feira começou com mudanças logo cedo no Senado. O ato contra o PLS 555, previsto para acontecer às 10h desta terça no auditório Petrônio Portela, acabou transferido para o da Comissão de Direitos Humanos, já que a entrada dos participantes não foi permitida no local agendado. Com isso, o senador Paulo Paim (PT-RS), que preside a comissão, interveio para que a atividade pudesse ocorrer.
Durante a manhã, integrantes de seis centrais sindicais e de dezenas de entidades que representam várias categorias na defesa das empresas públicas brasileiras falaram sobre os riscos do projeto privatista, ao lado de senadores e deputados estaduais que apoiam o movimento. Entre os parlamentares presentes no ato, além de Paim, estavam os senadores Lindberg Farias (PT-RJ), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN), Regina Sousa (PT-PI) e Hélio José (PMB-DF) e a deputada federal Erika Kokay (PT-DF). Também foram discutidas estratégias para buscar mais adesões entre os parlamentares.
Entre os que já integram a oposição ao PLS 555 estão parlamentares do PT, PCdoB, Rede, PDT, PMB e PMDB – nesse último, o senador Roberto Requião (PR). São pouco mais de 30, de um total de 81 senadores, e é necessário ampliar as adesões. Segundo Rita, há informações de que um acordo estaria sendo tentado pelo governo, mas nada de concreto foi divulgado. “Há muitos itens problemáticos nesse projeto, e são questões graves, como a constituição acionária, abertura de capital etc”, destacou.