A mobilização conjunta dos bancários brasileiros e paraguaios do Banco do Brasil começa a dar resultado. Nesta semana, a categoria do país vizinho assinou o acordo coletivo, após três anos sem nenhuma negociação.
A parceria começou em outubro do ano passado, quando a agência do Banco do Brasil do Paraguai Cidade do Leste demitiu sete funcionários e declarou o seu fechamento. Em reunião, a Contra-CUT cobrou do Banco do Brasil e de seus representantes os motivos desta decisão e se posicionou contrário ao fechamento.
“Essa nossa unidade mostra primeiro que somos todos bancários e não podemos dividir a categoria e se submeter aos banqueiros. A luta é de todos, somente juntos conseguiremos combater os interesses do capital representado por esse governo golpista neoliberal”, declarou Carlos de Souza, secretário-geral da Contraf-CUT.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a assinatura de um acordo coletivo nessa situação de fechamento de agência dá segurança nos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do Paraguai. Esta assinatura foi importante depois de tantos anos sem acordo.
Preocupação
A mobilização conjunta deve continuar. O BB anunciou que vai abrir um novo escritório em Assunção que tratará de de contas corporrativas. A novidade faz parte da reestruturação do banco e pode gerar mais dispensas
Para José Tomás Rodríguez, secretário-geral do Sindicato dos Bancários do Banco do Brasil no Paraguai, foi tão difícil como importante alcançar um acordo que repõe, ao menos, a inflação dos anos 2015 e 2016, num escenario desfavorável, pela cojuntura política e econômica no Brasil. "O anúncio da abertura do escritório corporativo vai ser avaliado pelos bancários e o sindicato ficará atento às implicações dessa decisão do BB."