Assim como a nova ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, o atual titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu em entrevista ao iG a aprovação da Comissão da Verdade pelo Congresso Nacional.
A comissão, que está prevista no Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) e virou alvo de ataques da direita e da mídia conservadora durante o governo Lula, apuraria informações sobre mortos e desaparecidos durante a ditadura militar. “O governo Lula encaminhou para o Congresso o projeto de lei que disciplina com bastante critério a questão. Acho imprescindível a aprovação deste projeto”, afirmou.
Cardozo disse ainda que o projeto traduz uma situação que é compreendida pelas Forças Armadas e há equilíbrio entre as instituições.
Na segunda-feira (3), a nova ministra fez um apelo ao Congresso pela aprovação do PL, mas tentou mostrar que o atual momento é de diálogo e sem espaço para revanches. “A constituição da Comissão da Verdade não se trata, jamais, de qualquer atitude de revanche, como disse, em seu discurso, a presidenta Dilma”, reforçou Rosário.
Ao discursar após receber a faixa do presidente Lula, a presidenta disse, no último dia 1º, que não carrega “nenhuma espécie de ressentimento” da época da ditadura. “Minha geração veio para a política em busca da liberdade, num tempo de escuridão e medo. Pagamos o preço da nossa ousadia, ajudando o País chegar até aqui. Aos companheiros que tombaram nesta caminhada, minha comovida homenagem e minha eterna lembrança”, dedicou.
Na quarta-feira (5), Dilma recebeu em seu gabinete o novo chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, general José Elito Siqueira, e quis saber dele qual foi o teor das declarações que deu sobre a ditadura militar e as investigações dos crimes cometidos durante o período.
Segundo a Folha de S.Paulo, Elito teria se posicionado contra a criação da Comissão da Verdade durante seu discurso de posse. Mas o general negou a versão da imprensa e disse a Dilma que os jornalistas deturparam suas declarações.