Ministério Público vai investigar ronda da PM de São Paulo nas agências

O Ministério Público Estadual instaurou na quinta-feira (8) um inquérito civil para descobrir se há improbidade administrativa no fato de a PM de São Paulo ter criado um serviço especial no qual policiais são obrigado a “bater ponto” em agências bancárias particulares no Estado. O inquérito foi aberto pela Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social. A notícia está na edição desta sexta-feira (9) da Folha de S.Paulo

A chamada “ronda bancária”, como a Folha mostrou ontem, é uma operação na qual dois PMs são obrigados a patrulhar diariamente entre sete e 15 agências bancárias.

Nessas rondas, os PMs são obrigados a pegar assinatura e um carimbo do gerente de cada uma das agências visitadas para poder comprovar que fizeram a ronda obrigatória nas instituições privadas.

Os questionamentos da Promotoria são para descobrir por quais motivos os bancos têm o serviço e outras empresas, não.

Por conta da ronda especial, a Promotoria irá convocar para prestar esclarecimentos o comandante-geral da PM, coronel Álvaro Batista Camilo, representantes da Febraban (federação dos bancos), e o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto.

A PM informou anteontem que o serviço nos bancos não configura conflito entre o público e o privado. Já a Febraban disse que o objetivo da parceria é reduzir delitos dentro e no entorno das agências.

Bancários criticam nova ronda da PM

O Sindicato dos Bancários de São Paulo divulgou na quinta-feira posição contrária à nova parceria entre os bancos e a PM.

“Os bancos são o setor da economia quemais lucra no país. São bilhões e bilhões todos os anos. São eles que têm de investir, e pesado, em segurança privada 24 horas a fim de preservar a vida de clientes e funcionários. Têm de colocar portas de segurança eficientes, espalhar câmeras de vigilância e contratar, treinar e armar muito bem vigilantes em grande número”, ressalta a presidenta da entidade, Juvandia Moreira.

“Colocar PMs para fazer esse serviço, além de um desrespeito à sociedade, é ineficiente, já que os policiais apenas cumprem uma função burocrática na agência”, conclui.

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