Ministério Público Federal pede afastamento da governadora tucana Yeda

Em entrevista coletiva ocorrida na tarde desta quarta-feira, dia 5, em Porto Alegre, procuradores do Ministério Público Federal (MPF)anunciaram a entrada de uma ação na Justiça Federal, em Santa Maria, pedindo o afastamento da governadora Yeda Crusius (PSDB), do marido e professor Carlos Crusius, dos deputados José Otávio Germano (PP), Luiz Fernando Záchia (PMDB), Frederico Antunes (PP), do ex-secretário Delson Martini, da assessora da governadora Walna Vilarins Meneses, do diretor do Banrisul Rubens Bordini e do presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas.

Trata-se de uma ação civil de improbidade administrativa, com base na análise de documentos da Operação Rodin e de escutas de outras investigações, entre elas, a Operação Solidária.

Há 20 mil áudios e 30 volumes.

Além do afastamento do cargo, o MPF pede o bloqueio de bens, o levantamento do sigilo da investigação e a suspensão dos direitos políticos por oito a 10 anos de todos os denunciados. Também será pedido o ressarcimento de valores supostamente desviados dos cofres públicos.

Na coletiva, o procurador Adriano Raldi afirmou que “não haverá moleza para esses réus”.

O procurador Ivan Cláudio Marx lamentou que mais uma vez ele e seus colegas tenham de vir a público “para anunciar que existe corrupção no Estado.

– A população deve ficar chocada, mas que fique um estímulo para buscar a probidade e a honestidade em cada cidadão e não uma imagem de desamparo.

Os promotores que compõem a força-tarefa que investiga desdobramentos da fraude que apurou desvios de R$ 44 milhões do Detran no final de 2007 não detalharam as acusações que farão contra a governadora e as outras pessoas relacionadas na ação alegando que há impedimentos legais para isso. Disseram, genericamente, que há irregularidades como enriquecimento ilícito ou dano ao erário público ou ferimento aos princípios da administração pública, sem indicar quais delas teriam sido praticadas por quais acusados.

Aliados de Yeda e deputados da oposição estranharam o comportamento adotado pela governadora nos últimos dias. Depois de uma semana em Canela, na Serra Gaúcha, ela voltou às atividades na segunda-feira, mas não compareceu à reunião de coordenação de governo que estava agendada. Ontem faltou a outro compromisso agendado, o lançamento da Expointer, ao meio-dia, e à noite viajou de novo para Canela.

A posição do Ministério Público Federal seguirá agora para a análise da juíza federal de Santa Maria Simone Barbisan Fortes, que tomará a decisão final.

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