A renda média dos trabalhadores na Hyundai, em Anápolis (GO), é de R$ 1 mil por mês. Já a fábrica da GM em Gravataí, na Grande Porto Alegre (RS), paga em média cerca de R$ 2,5 mil mensais, incluindo a PLR.
No ABC, onde as montadoras estão instaladas há mais tempo e os metalúrgicos tem uma experiência de luta muito maior, a companheirada conquistou salários médios de R$ 5,2 mil, também sem contar a PLR, nas quatro montadoras instaladas na região.
Em todas essas fábricas, esses trabalhadores exercem as mesmas funções. Por isso é injustificável tamanha diferença nos vencimentos.
Para acabar com essa defasagem entre os metalúrgicos em todo o País, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT) realizará nestas terça-feira, dia 6, e quarta-feira, dia 7, em sua sede em São Bernardo do Campo (SP), a 1ª Conferência Nacional da Negociação Coletiva.
Cerca de 180 dirigentes de todos os sindicatos de metalúrgicos do País filiados à CNM-CUT e das confederações cutistas dos ramos industriais (químicos, vestuário, alimentação e construção civil) e de outras centrais sindicais, se reunirão para construir uma pauta nacional articulada, cobrando das empresas e do governo a diminuição da desigualdade salarial nas regiões brasileiras.
“Será a primeira vez que uma pauta de negociação será construída por todos os presidentes de sindicatos filiados à confederação”, afirmou Paulo Cayres, o Paulão, presidente da CNM-CUT.
Segundo o dirigente, a ideia da Conferência é levar os ganhos das regiões onde a média salarial é maior para os lugares onde os companheiros recebem menos.
“A descentralização das empresas é importante para gerar empregos pelo País, mas não podemos permitir que isso crie uma subdivisão de empregos”, disse Paulão. “Os trabalhadores de um lugar não são inferiores aos outros”, completou.
Outros exemplos
Durante a conferência serão apresentadas as convenções coletivas que já existem no País, para se conheça a realidade de cada sindicato e região.
“Mais de duas mil convenções foram analisadas antes do evento a procura de pontos em comum, a fim de construir uma convenção nacional”, revelou o dirigente.
Serão mostrados exemplos da negociação do contrato coletivo nacional construída por outras categorias, como os bancários e petroleiros.
Ao final do evento será elaborado um documento conjunto, que será entregue ao ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
“Hoje nós vemos a economia do País crescer no mundo, mas ainda existe muita desigualdade econômica e social, por isso esse encontro é tão importante”, avalia Paulão.
“Após a Convenção, o papel de cada companheiro e companheira será tornar realidade esse contrato coletivo nacional”, finalizou o presidente da CNM-CUT.