A greve nacional dos bancários chegou, nesta sexta-feira (23), ao seu 18º dia comprovando ser uma das maiores da história, com milhares de agências e departamentos sendo fechados a cada dia. Em Rondônia o número de agências fechadas continua em 115 das 130 existentes em todo o Estado, índice de 88%.
Mas nada disso tem sido capaz de quebrar o silêncio dos bancos, que desde a última rodada de negociação, simplesmente se calaram e parecem ignorar a força, a importância e, principalmente, os danos que uma greve causa a toda a sociedade.
E para piorar, os bancos agora utilizam de formas sorrateiras e ilegais para tentar enfraquecer o movimento, a exemplo do que vem acontecendo nas agências do Itaú em Porto Velho e no interior. Desde o início da semana o titular da Gerência de Suporte Operacional (GSO) do banco vem obrigando os gerentes a chamar os trabalhadores em greve de volta ao trabalho, utilizando-se de pressão e até ameaças de demissão.
Como se não bastasse este nítido assédio moral com os funcionários, o GSO estaria ainda determinando que os cartazes de divulgação da greve fossem arrancados das paredes e vidros das agências, um ataque velado contra a Lei nº 7.783, de 28 de Junho de 1989, a Lei de Greve.
O Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) vem acompanhando de perto as tentativas deste representante patronal do Itaú em 'tumultuar' a greve e, novamente, afirma que já está denunciando esta prática antissindical e abuso de autoridade contra os trabalhadores ao Ministério Público do Trabalho e demais órgãos fiscalizadores.
"O Itaú é o banco que mais lucra no país e, nas mesas de negociação da Fenaban e Comando Nacional dos Bancários, está entre os principais articuladores e entusiastas desta política medonha de rebaixar os salários dos bancários, oferecendo índices muito aquém, inclusive, da inflação do período. E agora estamos diante deste cenário onde o banco quer intimidar seus funcionários a abandonarem a greve e voltar ao trabalho, uma prova cabal de um crime contra o direito do trabalhador a lutar por melhores condições de trabalho e salários mais dignos", menciona José Pinheiro, presidente do Sindicato